Angkor, uma suite para viola d’arco e piano, foi escrita a pedido do grupo sueco ‘KammerensembleN’ que a tocou em Estocolmo e Amesterdão em 1995. As cinco danças ilustram outros tantos estados de alma, exprimidos durante um fictício ritual pela fertilidade. Imagine-se uma procissão que para a sua marcha para que dançarinos e dançarinas possam impressionar os deuses com a sua sensualidade...
A trama musical evita simetrias, repetições e recorrências, com o simples fito de estabelecer uma corrente sonora fluida e sem retrocesso possível. A substância temática do ciclo divide-se pelos dois instrumentos, dando aqui desenvolvimentos separados lugar a uma textura musical unitária. A escrita para o duo reflete a ideia geral de unificação e a sua respetiva motricidade, o que naturalmente nos conduz ao princípio da fecundidade propriamente dito.
Gravações existentes:
Angkor: Hugo Diogo (viola d’arco), Jonathan Ayest (piano), “Nova Música de Câmara Portuguesa” (New Portuguese Chamber Music), Numérica, 2004