MUSÍADAS 1.O
LUIZ COSTA (1879-1960)
1. FANTASIA OP. 20 PARA PIANO E ORQUESTRAI.
I. MODERATO 8:17
II. LENTO 5:15
III. ALLEGRO ASSAI 4:16
2. CAMPANÁRIOS (POEMAS DO MONTE OP.3) 3:07
CLÁUDIO CARNEYRO (1895-1963)
3. CATAVENTO, CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA 13:36
4. SAUDADE 5:26
ANNE VICTORINO D'ALMEIDA (1978•)
5. CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA OP. 78 15:17
5. LAMENTO DE GNU 3:29
ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRAS
LUÍS COSTA PIANO
RUI PINHEIRO MAESTRO
Assim como os Lusíadas cantam episódios da nossa História, Musíadas pretende evocar o nosso legado musical.
Musíadas 1.0, pretende ser um primeiro volume de um projeto com seguimento no futuro. É inegável que escrever para um instrumento solista e uma orquestra é um exercício de composição bastante desafiante. Aliar a escrita para um instrumento solista em conjunto com um alargado número de instrumentos, resulta numa combinação que exigirá um grande refinamento musical e estético. No legado de cada compositor, as obras concertantes são um marco de referência. É assim no caso do piano e de compositores como Beethoven, Tchaikovsky, Chopin, Schumann, Ravel, Prokofiev, Rachmaninoff e ainda outros tantos ficam por referenciar.
Quase que poderíamos construir uma história da música erudita ocidental através destas obras, pois, pela sua exigência estética, marcam um nível de desenvolvimento e autoconhecimento de cada compositor que vai de encontro ao máximo do seu íntimo e personalidade, enquanto obras representativas da sua genialidade.
Também em Portugal podemos encontrar uma produção considerável no que diz respeito a este género. Vejam-se os compositores que em Portugal deixaram uma ou mais obras para piano e orquestra: João Domingos Bomtempo, Arthur Napoleão, Vianna da Motta, Alfredo Napoleão, Óscar da Silva, Luiz Costa, Hernâni Torres, Armando Leça, Pedro Blanco; Luís de Freitas Branco, Ruy Coelho, Francine Benoit, Cláudio Carneyro, Armando José Fernandes, Fernando Lopes-Graça, Jorge Croner de Vasconcelos, Tavares Belo, Vítor Macedo Pinto, Joly Braga Santos, Filipe Pires, Ivo Cruz, Joaquim dos Santos, Álvaro Cassuto, João Victor Costa, António Victorino d'Almeida, Rui Soares da Costa.
Nesta perspetiva, são raras as gravações de obras nacionais para piano e orquestra, paradoxalmente à enorme produção dos nossos compositores para este género musical. Musíadas 1.0 pretende ser uma resposta a este contraste.
Neste primeiro disco convivem a Fantasia de Luiz Costa (1879-1960), Cata-Vento de Cláudio Carneyro (1895-1963), Concerto op.78 (Anne Vitorino D'Almeida (1978-).
LUÍS COSTA
Luís Costa iniciou os estudos musicais aos 8 anos com Zhuang Xiao Hua. Mais tarde, prosseguiu estudos com o seu professor de longa data Álvaro Teixeira Lopes. Foi ainda preponderante na sua formação o trabalho com Joaquin Sariano, Friedemann Rieger, e Guigla Katsarava. Actualmente mantém contacto com a pianista Maria João Pires, uma grande inspiração durante todo o seu percurso.
Desenvolve uma carreira internacional que o levou a países como Espanha, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suíça, Azerbaijão, Estados Unidos, África do Sul, Zimbábue, Namíbia, Canadá, Brasil e China, atuando em salas de concerto como a Sala Suggia da Casa da Música, Glenn Gould Studio, Auditório Ciudad de Léon ,Centro Cultural de Belém, Xinghai Concert Hall, Hebei Arts Center etc. Entre as participações em festivais destacam-se o Festival Sant Pere de Rodes, Festival Percursos da Música, Festival St. Mesnil des Arts, Ciclo Novos Talentos do Teatro do Campo Alegre, Festival Musique en Vallée du Tarn, Ciclo de Jóvenes Intérpretes Zaragoza, Festival de Música de Besálu e Hammerklavier Series. Frequentou o Programa Doutoral Universidade de Aveiro, onde lecionou em 2016.
Realiza regularmente masterclasses em vários conservatórios/escolas de música em Portugal, tendo também orientado aulas na China, Bélgica, Namíbia, Zimbábue e França. É coordenador artístico do Concurso Internacional Santa Cecília. Gravou para a RTP, Antena 2, rádio CHIN e NBC Television. É representado pela agência KNS Artists Management.
Publicou CDs para KNS Classical (Espanha) e Decurio (Alemanha). Ultimamente, Luís Costa dedica parte de seu tempo ao jazz e à composição, sendo um dos projetos recentes a apresentação ao vivo de música original para o filme "The Lodger", Hitchcock. Em 2021 desenvolveu gravou um álbum partindo da relação do pintor Júlio Resende com a música, com apoio do Banco BPI/Fundação La Caixa (obras de Stravinsky, Satie, Cesário Évora e Tom Jobim.
RUI PINHEIRO - Maestro
Rui Pinheiro foi durante 8 anos (2015-2022) Maestro Titular da OCS - Orquestra Clássica do Sul (agora Orquestra do Algarve). Neste período reavivou o FIMA - Festival Internacional de Música, do qual foi Director Artístico, durante 3 edições (2017 a 2019).
Ganhou o concurso para Maestro Associado da Orquestra Sinfónica de Bournemouth, no Reino Unido, cargo que ocupou durante 2 temporadas (2010-2012). Anteriormente tinha já sido Maestro da Orquestra do Conservatório Nacional de Lisboa (2005 - 2008) e, em Londres, Director Musical do Ensemble Serse, companhia de ópera barroca em instrumentos de época, e fundador do Ensemble Disquiet, dedicado à divulgação da música contemporânea portuguesa (2008 - 2010).
É regularmente convidado para dirigir as principais orquestra nacionais (Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Gulbenkian, Filarmonia das Beiras, Orquestra do Norte, Orquestra Clássica da Madeira, etc.). Tem uma relação de estreita colaboração com o GMCL - Grupo de Música Contemporânea de Lisboa e é membro fundador da AREPO - Ópera e Artes Contemporâneas onde foi responsável pela direcção musical de várias óperas de câmara em estreia mundial de Luís Soldado.
Nestes anos Rui Pinheiro adquiriu uma larga experiência enquanto Maestro e construiu um vasto repertório que vai desde o período Barroco à Música Moderna (com várias estreias e obras dedicadas), abrangendo ensembles de Câmara até formações Sinfónicas, com várias incursões na Ópera e no Ballet.
Gravou diversos concertos ao vivo para a Rádio e Televisão e os seguintes CD's: Obras para Piano de Macedo Pinto (Numerica), Retiro de Rodrigo Leão com Orquestra e Coro Gulbenkian (Deutsche Gramaphone), Filipe Pires - Obras para Ensemble com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (La Mà di Guido) e mais recentemente o Concerto para Piano de Filipe Raposo.
Após concluir a sua formação como pianista na ESMAE, (Licenciatura em Piano), Universidade Nova de Lisboa (Mestrado em Artes Musicais da) e na Academia Ferenc Liszt de Budapeste - Hungria (pós-graduação em Piano e Música de Câmara na), obteve o grau de Mestre em Direcção de Orquestra (MMus) do Royal College of Music de Londres.
ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRAS
A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) deu o seu primeiro concerto no dia 15 de Dezembro de 1997, sob a direção de Fernando Eldoro, seu primeiro diretor artístico. Criada no âmbito de um programa governamental para a constituição de uma rede deorquestras regionais, tem como fundadores diversas instituições e municípios da região das beiras, associados da Associação Musical das Beiras, que tutela a orquestra.
A OFB é composta por 31 músicos de cordas, sopros e percussão de diversas nacionalidades, com uma média etária jovem e é, desde 1999, dirigida artisticamente pelo Maestro António Vassalo Lourenço. Norteada por princípios de promoção e desenvolvimento da cultura musical, através de ações de captação, formação e fidelização de públicos e de apoio na formação profissionalizante de jovens músicos, democratizando e descentralizando a oferta cultural, a OFB tem dado inúmeros concertos, além de desenvolver frequentes e constantes atividades pedagógicas (programas pedagógicos infanto-juvenis, cursos internacionais vocais, instrumentais e de direção de orquestra, etc.). Também sob estes princípios, apresenta, desde 2006, produções de ópera diversas (infantil, de repertório ou portuguesa).
A OFB tem participado nos principais festivais de música do país e do estrangeiro, ou em importantes cooperações e co-produções com outros organismos artísticos, sendo regularmente dirigida por alguns maestros estrangeiros e pelos mais conceituados maestros em atividade em Portugal e tem colaborado com músicos de grande prestígio
nacional e internacional. Simultaneamente, tem procurado dar oportunidade à nova geração de músicos portugueses, sejam eles maestros, instrumentistas ou cantores. Do repertório da OFB constam obras que vão desde o Século XVII ao Século XXI, tendo a Direção Artística dado particular importância à interpretação de música portuguesa, quer ao nível da recuperação do património musical, quer à execução de obras dos principais
compositores do século XX e XXI. Estrutura Financiada pelo Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes.