Alberto João Fernandes (1895-1961)
Alberto João Fernandes foi um violetista e compositor português com intensa actividade profissional na primeira metade do século XX. Já em 1912, encontramo-lo como aluno de “alto” no Conservatório de Lisboa, de acordo com uma Relação dos Alumnos que tomaram parte n´este concerto [de 28 de Abril de 1912], da mesma escola. Ainda em 1915, A Arte Musical, Anno XVII, nº 390, de 15 de Março de 1915, noticia uma “linda sessão mozartiana, em que figuraram alguns dos melhores alumnos do estabelecimento - […] Hermínio Nascimento e Alberto Fernandes (violetas) […]”. No Conservatório de Lisboa, terá sido aluno de violeta de Eduardo Pavia de Magalhães.
No que diz respeito ao seu percurso profissional, é possível identificar alguns registos em periódicos e outras publicações nacionais. A partir de 1913 tocou violeta na Orquestra David de Souza, sob a direcção do eminenente compositor e violoncelista, e, após a morte deste, sob a direcção de Vianna da Motta. A Música - Revista de Artes nº 1, de 15 de Julho de 1924, “aplaude a iniciativa do jovem compositor Alberto João Fernandes”, por organizar uma Orquestra Portuguesa de Instrumentos de Arco. Segundo a referida revista, o programa do primeiro concerto desta orquestra foi constituído exclusivamente por obras de compositores portugueses, e a qualidade de execução obteve excelentes críticas e criou muitas expectativas. Passou a fazer parte da Orquestra da Emissora Nacional a partir de 1935. De acordo com o Arquivo Musical Português de César Leiria (Leiria 1947, XXVI-XXVII), Alberto João Fernandes era ainda violetista da Orquestra Sinfónica Nacional nos anos de 1945 e 1946, integrando o naipe chefiado por Fausto Caldeira.
Entre as suas obras, para além da presentemente publicada, contam-se Gaiteiros, Quadros Fantásticos, Cantos Portugueses, Suite Sinfónica Portuguesa e Adagio Sentimental.
Fica o agradecimento ao professor Henrique Fernandes e a Vítor Mota pela preciosa ajuda na recolha de dados biográficos.