Carlos Calderón (1867-1945)
“… Carlos Calderón (1867-1945) pode ser apontado como um dos primeiros empresários musicais que em Portugal perceberia o potencial comercial da associação entre discos fonográficos, partituras editadas e espaços performativos, tais como os teatros de revista (LOSA, 2014: 74). Conciliando a carreira de compositor com a de homem da indústria, Calderón obteve seus primeiros sucessos musicais a partir de 1900 com músicas para diversas revistas que se consagraram nos teatros portugueses, tais como De capote e lenço e A.B.C.. Neste mesmo período, tornou-se representante comercial de várias companhias fonográficas europeias em Portugal, tal como a Companhia Francesa de Gramophone (em 1904) e a alemã Beka (com quem cria o selo Ideal a partir de 1905). Na década de 1920 intensificou suas actividades comerciais com a criação da Sociedade Phonográfica Portuguesa, que vendia discos e partituras editadas com base no repertório de música popular da época. Desta forma, Calderón foi um pioneiro na concepção de “um modelo de circulação e comercialização de repertórios que, durante décadas, enformou a produção de música popular em Portugal” (LOSA, 2014: 75).”
inOPUS 114 v.22, n.º 2, Dez. 2016
Diálogos luso-brasileiros no Acervo José Moças da Universidade de Aveiro.
Pedro Aragão, professor na Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), Brasil.