François Broos (1903-2002)

Nascido em Bruxelas, na Bélgica em 1903, François Joseph Broos é hoje considerado o pai da escola de viola em Portugal, o pioneiro que instaurou essa escola que, à época, era inexistente.Iniciou os seus estudos musicais com 11 anos através de aulas particulares. Após 5 anos de preparação, ingressou com 16 anos no Conservatório Nacional de Paris, onde teve como mentor o distinto professor Maurice Vieux, e na classe do qual alcançou um brilhante 1o Prémio, em 1924, no Concurso do Conservatório.Foi o mais jovem professor do seu tempo a leccionar no Conservatório Real de Bruxelas, cargo que assumiu com apenas 27 anos, o qual viria a abandonar só em 1948.Nessa instituição, ficou o reconhecimento de que François Broos terá reestruturado a classe de viola, trazendo-lhe os princípios modernos da escola de Paris. Em 1948 Broos muda-se para Portugal a fim de abrir a classe de viola no Conservatório de Música do Porto, onde permanece até 1956, ano em que é convidado a ocupar o então vago lugar de professor de violeta no Conservatório Nacional de Lisboa, cargo que exerceu até à data da sua reforma, 1978.A sua carreira de intérprete foi igualmente plena. Em Paris colaborou com a Orquestra da Ópera de Paris, com as Orquestras Collonne e Straram, e em Bruxelas exerceu o lugar de viola solista na Orquestra da Rádio e Televisão Belga durante os anos em que lecionou no Conservatório. Viveu também uma intensa vida de música de câmara, tendo feito parte do Trio de Cordas de Bruxelas, do Quarteto Krettly, do Quarteto da Rainha Elisabete da Bélgica, e do Quarteto Galamian. Em Portugal verificou-se o mesmo, tendo sido membro fundador do Trio do Porto, do Quarteto Lisboa, do Quarteto Portugália e do Quarteto de Instrumentos Antigos do Conservatório Nacional. Exerceu o lugar de viola solista na Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional no Porto e em Lisboa, bem como na Orquestra Filarmónica de Lisboa.Em 1988 é agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura de Portugal.François Broos faleceu em Lisboa em 2002.
Leonor Fleming