Joze de Santa Rita Marques e Silva (1780-1837) / Frei José Marques e Silva

Frei José de Santa Rita Marques e Silva (Vila Viçosa, 1782 – 1837) foi um compositor e organista português. Segundo João Vaz, intérprete e conhecedor da sua produção musical, a importância de Frei José Marques da Silva advém “não só do substancial número de obras com autoria firmemente estabelecida, como também da íntima relação da sua escrita de carácter operático com a morfologia dos órgãos construídos em Portugal na sua época”.
Estudou inicialmente em Vila Viçosa com Joaquim Galão, vindo para Lisboa onde professou na Igreja dos Frades Paulistas e veio a ocupar o cargo de organista, aos 22 anos. Aqui estudou com João José Baldi e foi chamado por este para ser organista da Capela Real da Bemposta, quando Baldi ocupou o cargo de seu Mestre, em 1808. Viria a desempenhar as mesmas funções, em 1816. Depois da morte de Baldi, concorreu e foi aceite na vaga docente de organista da Capela Real do Rio de Janeiro, durante a presença da Família Real no Brasil.
Quando foi criado o Conservatório de Lisboa, foi nomeado professor de orquestra, mas não chegou a exercer estas funções. Foi director do Semanário Filarmónico, cuja designação mudaria para Semanário Harmónico, e onde colaboraria. Teve vários alunos notáveis, de onde se destacam Joaquim Casimiro, Xavier Migone, Manuel Inocêncio dos Santos, João Baptista Sassetti, entre outros.
Foi compositor de música sacra, de onde se destacam as suas missas, matinas, motetes, um Te Deum, ladainhas e um Sabat Mater. Compôs também para os seis órgãos do Convento de Mafra, incluindo uma missa para cinco coros de vozes masculinas e cinco órgãos, e uma missa para três coros de vozes masculinas e seis órgãos.
Compôs também sonatas, marchas e valsas para piano, prelúdios para órgão, e uma sinfonia para orquestra. Foi autor de uma Marcha Fúnebre para pianoforte, por ocasião do falecimento de Maria I de Portugal, em 1816.
Foi autor, sob a orientação de João José Baldi, de uma colecção de estudos de contraponto e fuga.
Da sua obra publicada, destacam-se os Responsórios de Sexta-Feira Santa (1832), que resultou de uma gravação na Igreja da Misericórdia de Santarém, sob a direcção e órgão de João Vaz, em 2012.
As suas Obras Completas para órgão foram publicadas pela Universidade Católica do Porto em 2011, numa edição crítica de João Vaz.
Frei José de Santa Rita Marques e Silva (Vila Viçosa, 1782 – 1837) was a Portuguese composer and organist. According to João Vaz, performer and scholar of his musical output, the importance of Frei José Marques da Silva stems “not only from the substantial number of works with firmly established authorship, but also from the close relationship between his operatic-style writing and the morphology of the organs built in Portugal during his time.”
He initially studied in Vila Viçosa with Joaquim Galão, then moved to Lisbon, where he professed at the Church of the Pauline Friars and took on the position of organist at the age of 22. There, he studied with João José Baldi, who later appointed him organist of the Royal Chapel of Bemposta when Baldi became its Master in 1808. Marques da Silva would assume the same role again in 1816.
After Baldi’s death, he applied for and was accepted into the teaching position of organist at the Royal Chapel in Rio de Janeiro, during the time the Royal Family was in Brazil. When the Lisbon Conservatory was founded, he was appointed professor of orchestra, although he never actually assumed the post.
He was also the director of the Semanário Filarmónico, which would later be renamed Semanário Harmónico, and where he collaborated regularly. He taught several notable students, including Joaquim Casimiro, Xavier Migone, Manuel Inocêncio dos Santos, João Baptista Sassetti, among others.
As a composer of sacred music, his output includes masses, matins, motets, a Te Deum, litanies, and a Stabat Mater. He also composed for the six organs of the Convent of Mafra, including a mass for five choirs of male voices and five organs, and another mass for three male choirs and six organs. In addition, he wrote sonatas, marches, and waltzes for piano, preludes for organ, and a symphony for orchestra.
He composed a Funeral March for pianoforte on the occasion of the death of Maria I of Portugal in 1816. Under the guidance of João José Baldi, he authored a collection of studies in counterpoint and fugue.
Among his published works, the Responsories for Good Friday (1832) stand out. These were recorded at the Church of Misericórdia in Santarém under the direction and organ performance of João Vaz in 2012. His Complete Works for Organ were published in 2011 by the Catholic University of Porto in a critical edition by João Vaz.