• Português
  • English
  • Register
  • Log in
AVA Editions
Close
  • Home
  • Composers
  • Events
  • CDs
  • Coro
    Coro e Orquestra
    Picture for category Coro e Orquestra
    Coro Infantil
    Picture for category Coro Infantil
    Coro Feminino
    Picture for category Coro Feminino
    Coro com Acompanhamento
    Picture for category Coro com Acompanhamento
    Coro a Capella
    Picture for category Coro a Capella
    Coro Masculino
    Picture for category Coro Masculino
    Coro, Solistas com Acompanhamento
    Picture for category Coro, Solistas com Acompanhamento
  • Cravo
    Cravo Solo
    Picture for category Cravo Solo
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    Cravo e Orquestra
    Picture for category Cravo e Orquestra
  • Canto
    Soprano
    Picture for category Soprano
    • Soprano Solo
    Contralto
    Picture for category Contralto
    Tenor
    Picture for category Tenor
    Baixo
    Picture for category Baixo
    • Baixo Solo
    • Baixo & Piano
    • Baixo & Orquestra
    • Baixo Música de Câmara
    Infantil
    Picture for category Infantil
    • Infantil Solo
    • Infantil e Piano
    • Infantil & Orquestra
    • Infantil Música de Câmara
    Baritono
    Picture for category Baritono
    • Baritono Solo
    • Baritono & Orquestra
    • Baritono & Piano
    • Baritono Música de Câmara
    Mezzo-Soprano
    Picture for category Mezzo-Soprano
    • Mezzo-Soprano e Piano
    • Mezzo-Soprano e Orquestra
    • Mezzo-Soprano Solo
    • Música de Câmara
    Voz
    Picture for category Voz
    • Voz e Piano
    • Voz e Guitarra
  • Acordeão
    Acordeão e Orquestra
    Picture for category Acordeão e Orquestra
    Acordeão e Piano
    Picture for category Acordeão e Piano
    Acordeão Solo
    Picture for category Acordeão Solo
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    Método
    Picture for category Método
  • Cordas
    Violino
    Picture for category Violino
    • Violino Solo
    • Violino e Orquestra
    • Violino e Piano
    • Música de Câmara
    Viola
    Picture for category Viola
    • Viola Solo
    • Viola e Piano
    • Viola e Orquestra
    Violoncelo
    Picture for category Violoncelo
    • Violoncelo e Piano
    • Violoncelo Solo
    • Violoncelo e Orquestra
    Contrabaixo
    Picture for category Contrabaixo
    • Contrabaixo Solo
    • Contrabaixo e Piano
    • Contrabaixo e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Bass Solist
    Cordas Música de Câmara
    Picture for category Cordas Música de Câmara
    • Dueto de Cordas
    • Trio de Cordas
    • Quarteto de Cordas
    • Outras Formações
    Bandolim
    Picture for category Bandolim
  • Ensemble
  • Guitarra
    Guitarra e Orquestra
    Picture for category Guitarra e Orquestra
    Guitarra e Piano
    Picture for category Guitarra e Piano
    Guitarra Solo
    Picture for category Guitarra Solo
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    • Duo
  • Livros
    Formação Musical
    Picture for category Formação Musical
    Fotografia
    Picture for category Fotografia
    Colecções
    Picture for category Colecções
    Cadernos
    Picture for category Cadernos
    Revistas
    Picture for category Revistas
  • Madeiras
    Flauta
    Picture for category Flauta
    • Flauta e Piano
    • Flauta Solo
    • Flauta e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Flautim
    Oboé
    Picture for category Oboé
    • Oboé e Orquestra
    • Oboé e Piano
    • Oboé Solo
    • Música de Câmara
    Clarinete
    Picture for category Clarinete
    • Clarinete e Piano
    • Clarinete Solo
    • Clarinete Baixo
    • Música de Câmara
    • Clarinete e Orquestra
    Fagote
    Picture for category Fagote
    • Fagote Solo
    • Fagote e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Fagote e Piano
    Saxofone
    Picture for category Saxofone
    • Saxofone Alto
    • Saxofone Tenor
    • Saxofone Baritono
    • Saxofone Soprano
    • Música de Câmara
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    • Quinteto de Sopros
    • Outras Formações
    Flauta de Bisel
    Picture for category Flauta de Bisel
    • Flauta de Bisel Alto
    • Flauta Bisel e Orquestra
    • Flauta Bisel e Piano
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    Corne Inglês
    Picture for category Corne Inglês
    • Corne Inglês Solo
  • Guitarra Portuguesa
    Guitarra Portuguesa Solo
    Picture for category Guitarra Portuguesa Solo
    Guitarra Portuguesa e Piano
    Picture for category Guitarra Portuguesa e Piano
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    Guitarra Portuguesa e Orquestra
    Picture for category Guitarra Portuguesa e Orquestra
  • Instrumentos
    Tuba em Fá
    Picture for category Tuba em Fá
  • Harpa
    Harpa e Orquestra
    Picture for category Harpa e Orquestra
    Harpa Solo
    Picture for category Harpa Solo
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
  • Metais
    Wagner tuba
    Picture for category Wagner tuba
    Trompa
    Picture for category Trompa
    • Trompa e Piano
    • Trompa Solo
    • Trompa e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    • Quarteto de Trompas
    Trompete
    Picture for category Trompete
    • Trompete Solo
    • Trompete Piccolo
    • Trompete e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Trompete e Piano
    Tuba
    Picture for category Tuba
    • Estudos e Metodos
    • Tuba Solo
    • Tuba e Orquestra
    • Tuba e Piano
    • Música de Câmara
    • Tuba Solo e Ensemble
    Trombone
    Picture for category Trombone
    • Trombone Solo
    • Trombone e Piano
    • Música de Câmara
    • Trombone e Orquestra
    Grupo de Metais
    Picture for category Grupo de Metais
    • Quinteto de Metais
    • Outras Formações
    Orquestra de Metais
    Picture for category Orquestra de Metais
    Euphonium
    Picture for category Euphonium
    • Euphonium Solo
    • Euphonium e Piano
  • Música de Câmara
    Instrumento e Piano
    Picture for category Instrumento e Piano
    Duo
    Picture for category Duo
    Trio
    Picture for category Trio
    Quarteto
    Picture for category Quarteto
    Quinteto
    Picture for category Quinteto
    Sexteto
    Picture for category Sexteto
    Ensemble de Palhetas Duplas
    Picture for category Ensemble de Palhetas Duplas
  • Orgão
  • Orquestra
    Orquestra de Cordas
    Picture for category Orquestra de Cordas
    Orquestra Clássica e de Câmara
    Picture for category Orquestra Clássica e de Câmara
    Orquestra Sinfónica
    Picture for category Orquestra Sinfónica
    • Soprano e Piano
    • Soprano e Orquestra
    • Música de Câmara
    Coro e Orquestra
    Picture for category Coro e Orquestra
    • Contralto Solo
    • Contralto e Piano
    • Contralto & Orquestra
    • Música de Câmara
    Instrumento Solista e Orquestra
    Picture for category Instrumento Solista e Orquestra
    • Tenor Solo
    • Tenor & Orquestra
    • Tenor Música de Câmara
    • Tenor & Piano
    Voz(es) Solista(s) e Orquestra
    Picture for category Voz(es) Solista(s) e Orquestra
  • Ópera
  • Orquestra de Sopros
  • Música Infantil
    Ópera Infantil
    Picture for category Ópera Infantil
    Piano
    Picture for category Piano
    Coro, Solistas com Acompanhamento
    Picture for category Coro, Solistas com Acompanhamento
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    Estudos e Metodos
    Picture for category Estudos e Metodos
    Conto Musical
    Picture for category Conto Musical
    Bailado
    Picture for category Bailado
  • Percussão
    Percussão Solo
    Picture for category Percussão Solo
    Percussão & Acompanhamento
    Picture for category Percussão & Acompanhamento
    Ensemble de Percussões
    Picture for category Ensemble de Percussões
    Música de Câmara com Percussão
    Picture for category Música de Câmara com Percussão
    Marimba Solo
    Picture for category Marimba Solo
    Caixa
    Picture for category Caixa
    • Música de Câmara
    Vibrafone
    Picture for category Vibrafone
    • Música de Câmara
  • Piano
    Piano Solo
    Picture for category Piano Solo
    Piano a Quatro Mãos
    Picture for category Piano a Quatro Mãos
    Música de Câmara
    Picture for category Música de Câmara
    Piano e Orquestra
    Picture for category Piano e Orquestra
    Two Pianos
    Picture for category Two Pianos
    Piano a 6 Mãos
    Picture for category Piano a 6 Mãos
    Estudos e Metodos
    Picture for category Estudos e Metodos
    Mão Esquerda
    Picture for category Mão Esquerda
Menu
  • Home
  • Composers
  • Events
  • CDs
  • Coro
    • Back
    • Coro e Orquestra
    • Coro Infantil
    • Coro Feminino
    • Coro com Acompanhamento
    • Coro a Capella
    • Coro Masculino
    • Coro, Solistas com Acompanhamento
  • Cravo
    • Back
    • Cravo Solo
    • Música de Câmara
    • Cravo e Orquestra
  • Canto
    • Back
    • Soprano
      • Back
      • Soprano Solo
    • Contralto
    • Tenor
    • Baixo
      • Back
      • Baixo Solo
      • Baixo & Piano
      • Baixo & Orquestra
      • Baixo Música de Câmara
    • Infantil
      • Back
      • Infantil Solo
      • Infantil e Piano
      • Infantil & Orquestra
      • Infantil Música de Câmara
    • Baritono
      • Back
      • Baritono Solo
      • Baritono & Orquestra
      • Baritono & Piano
      • Baritono Música de Câmara
    • Mezzo-Soprano
      • Back
      • Mezzo-Soprano e Piano
      • Mezzo-Soprano e Orquestra
      • Mezzo-Soprano Solo
      • Música de Câmara
    • Voz
      • Back
      • Voz e Piano
      • Voz e Guitarra
  • Acordeão
    • Back
    • Acordeão e Orquestra
    • Acordeão e Piano
    • Acordeão Solo
    • Música de Câmara
    • Método
  • Cordas
    • Back
    • Violino
      • Back
      • Violino Solo
      • Violino e Orquestra
      • Violino e Piano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Cordas
    • Viola
      • Back
      • Viola Solo
      • Viola e Piano
      • Viola e Orquestra
    • Violoncelo
      • Back
      • Violoncelo e Piano
      • Violoncelo Solo
      • Violoncelo e Orquestra
    • Contrabaixo
      • Back
      • Contrabaixo Solo
      • Contrabaixo e Piano
      • Contrabaixo e Orquestra
      • Música de Câmara
      • Bass Solist
    • Cordas Música de Câmara
      • Back
      • Dueto de Cordas
      • Trio de Cordas
      • Quarteto de Cordas
      • Outras Formações
    • Bandolim
  • Ensemble
  • Guitarra
    • Back
    • Guitarra e Orquestra
    • Guitarra e Piano
    • Guitarra Solo
    • Música de Câmara
      • Back
      • Duo
  • Livros
    • Back
    • Formação Musical
    • Fotografia
    • Colecções
    • Cadernos
    • Revistas
  • Madeiras
    • Back
    • Flauta
      • Back
      • Flauta e Piano
      • Flauta Solo
      • Flauta e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Flautas
      • Flautim
    • Oboé
      • Back
      • Oboé e Orquestra
      • Oboé e Piano
      • Oboé Solo
      • Música de Câmara
        • Back
        • Ensemble de Palhetas Duplas
        • Outras Formações
        • Quarteto de Oboés
    • Clarinete
      • Back
      • Clarinete e Piano
      • Clarinete Solo
      • Clarinete Baixo
        • Back
        • Clarinete Baixo e Piano
        • Clarinete Baixo Solo
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Clarinetes
      • Clarinete e Orquestra
    • Fagote
      • Back
      • Fagote Solo
      • Fagote e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Ensemble de Palhetas Duplas
        • Outras Formações
        • Quarteto de Fagotes
      • Fagote e Piano
    • Saxofone
      • Back
      • Saxofone Alto
        • Back
        • Sax Alto & Orquestra
        • Sax Alto & Piano
        • Sax Alto Solo
      • Saxofone Tenor
      • Saxofone Baritono
      • Saxofone Soprano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Saxofones
    • Música de Câmara
      • Back
      • Quinteto de Sopros
      • Outras Formações
    • Flauta de Bisel
      • Back
      • Flauta de Bisel Alto
      • Flauta Bisel e Orquestra
      • Flauta Bisel e Piano
      • Música de Câmara
      • Estudos e Metodos
    • Corne Inglês
      • Back
      • Corne Inglês Solo
  • Guitarra Portuguesa
    • Back
    • Guitarra Portuguesa Solo
    • Guitarra Portuguesa e Piano
    • Música de Câmara
    • Guitarra Portuguesa e Orquestra
  • Instrumentos
    • Back
    • Tuba em Fá
  • Harpa
    • Back
    • Harpa e Orquestra
    • Harpa Solo
    • Música de Câmara
  • Metais
    • Back
    • Wagner tuba
    • Trompa
      • Back
      • Trompa e Piano
      • Trompa Solo
        • Back
        • Trompa Solo e Ensemble
      • Trompa e Orquestra
      • Música de Câmara
      • Estudos e Metodos
      • Quarteto de Trompas
    • Trompete
      • Back
      • Trompete Solo
      • Trompete Piccolo
      • Trompete e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Trompetes
      • Trompete e Piano
    • Tuba
      • Back
      • Estudos e Metodos
      • Tuba Solo
      • Tuba e Orquestra
      • Tuba e Piano
      • Música de Câmara
      • Tuba Solo e Ensemble
    • Trombone
      • Back
      • Trombone Solo
      • Trombone e Piano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Trombones
      • Trombone e Orquestra
    • Grupo de Metais
      • Back
      • Quinteto de Metais
      • Outras Formações
    • Orquestra de Metais
    • Euphonium
      • Back
      • Euphonium Solo
      • Euphonium e Piano
  • Música de Câmara
    • Back
    • Instrumento e Piano
    • Duo
    • Trio
    • Quarteto
    • Quinteto
    • Sexteto
    • Ensemble de Palhetas Duplas
  • Orgão
  • Orquestra
    • Back
    • Orquestra de Cordas
    • Orquestra Clássica e de Câmara
    • Orquestra Sinfónica
      • Back
      • Soprano e Piano
      • Soprano e Orquestra
      • Música de Câmara
    • Coro e Orquestra
      • Back
      • Contralto Solo
      • Contralto e Piano
      • Contralto & Orquestra
      • Música de Câmara
    • Instrumento Solista e Orquestra
      • Back
      • Tenor Solo
      • Tenor & Orquestra
      • Tenor Música de Câmara
      • Tenor & Piano
    • Voz(es) Solista(s) e Orquestra
  • Ópera
  • Orquestra de Sopros
  • Música Infantil
    • Back
    • Ópera Infantil
    • Piano
    • Coro, Solistas com Acompanhamento
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    • Conto Musical
    • Bailado
  • Percussão
    • Back
    • Percussão Solo
    • Percussão & Acompanhamento
    • Ensemble de Percussões
    • Música de Câmara com Percussão
    • Marimba Solo
    • Caixa
      • Back
      • Música de Câmara
        • Back
        • Quarteto de Cordas
    • Vibrafone
      • Back
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Cordas
  • Piano
    • Back
    • Piano Solo
    • Piano a Quatro Mãos
    • Música de Câmara
    • Piano e Orquestra
    • Two Pianos
    • Piano a 6 Mãos
    • Estudos e Metodos
    • Mão Esquerda
0 items
You have no items in your shopping cart.
All Categories
    Menu
    Shopping cart
    Filters
    Personal menu
    Preferences
    Search
    • Home /
    • Piano /
    • Piano Solo /
    • Cinco Rapsódias Portuguesas
    PrevCinco Pequenas Peças para P...
    NextClarinha
    Picture of Cinco Rapsódias Portuguesas
    Picture of Cinco Rapsódias Portuguesas
    Picture of Cinco Rapsódias Portuguesas
    Composer: José Vianna da Motta (1868-1948)

    Cinco Rapsódias Portuguesas

    €28.00
    de José Vianna da Motta (1868-1948)
    SKU: ava141247
    • Overview
    • Contact Us
    Prefácio
     
     
    Nos anos que se seguem ao Ultimato britânico de 1890, Portugal atravessa um período marcado por um sentimento nacionalista que invade a criação artística portuguesa. É neste contexto que nascem as Cinco Rapsódias Portuguesas para piano de José Vianna da Motta, um dos maiores ciclos composto por este pianista e compositor romântico português. O teor nacionalista destas obras está, à partida, explícito no uso de melodias populares portuguesas como material temático. No entanto, convém notar que, para Vianna da Motta, a atribuição da qualidade nacionalista a uma obra passa pelo cruzamento da essência do material musical com aquilo a que ele chama de “expressão” individual do compositor:
    “Talvez a canção popular seja o melhor caminho para chegar à alma do povo, mas terá então que encontrar-se a própria expressão para o sentimento da nação” (Vianna da Motta, in Die Musik, 01/04/1907).
    Curiosamente, na primeira página do manuscrito, Vianna da Motta apresenta o título deste ciclo em francês – “Cinq Rhapsodies portugaises pour piano par José Vianna da Motta” –, facto que pode levantar dúvidas sobre a autenticidade do sentimento nacionalista em Vianna da Motta. Contudo, parece ser mais pertinente considerar que este facto resulta de um hábito de uma época onde o francês é a língua internacional ou que o compositor pretendia dar visibilidade internacional à sua obra, levar além-fronteiras a expressão da alma nacional portuguesa.
                É difícil determinar com exactidão a data em que cada uma destas rapsódias foi escrita já que o compositor não a indica no seu manuscrito. Crê-se que a 1ª Rapsódia Portuguesa tenha sido escrita por volta de 1891, as demais em 1894 ou 1895 segundo uma carta dirigida a Fernando Lopes-Graça:
    “Estimei muito ver o seu interesse pelas minhas composições de carácter nacional e posso dizer-lhe a data precisa em que entrei nesse caminho. Antes de vir a Portugal em 1893 já tinha escrito uma Rapsódia sobre motivos portugueses […]. Em 94 ou 95 escrevi ainda 5 Rapsódias, das quais só se publicou a 4ª” (carta datada de 3 de Novembro de 1933).
    É provável que Vianna da Motta se tenha equivocado ao afirmar ter escrito cinco rapsódias em 1894 ou 1895 já que não se conhece nenhuma sexta rapsódia. Para além disso, vários argumentos sustentam a tese segundo a qual as Cinco Rapsódias Portuguesas foram compostas em dois momentos distintos (a 1ª Rapsódia Portuguesa num primeiro momento, as quatro últimas rapsódias num segundo momento): a língua e o formato utilizados nos títulos dos cabeçalhos das rapsódias (“Rhapsodie Portugaise Nr. 1”, “2ª Rhapsodia portuguesa”, “3ª Rhapsodia portuguesa”, etc.); a assinatura do compositor (“José Vianna da Motta” no primeiro momento, “J. V. da Motta” no segundo momento); a diferença substancial que existe no tipo de tratamento temático desses dois momentos (apenas na 1ª Rapsódia Portuguesa se encontram temas tratados em forma de variações melódicas).
                Para além das circunstâncias em que estas obras foram compostas, é possível que a figura de Franz Liszt tenha guiado Vianna da Motta na composição das Cinco Rapsódias Portuguesas. O interesse pela vida e obra do pianista e compositor húngaro evidencia-se nos artigos e trabalhos que Vianna da Motta lhe consagrou: entre outros, a obra biográfica A Vida de Liszt, o capítulo “Algumas considerações sobre os poemas sinfónicos de Franz Liszt” do primeiro volume de Música e músicos alemães, a revisão de uma parte significativa da obra para piano solo de Liszt para a editoraBreitkopf & Härtel. Para mais, Vianna da Motta terá sido, segundo as suas palavras, fortemente marcado pela experiência vivida junto de Franz Liszt aquando do estágio em Weimar, no verão de 1885:
    “Eu desejava, pois, submeter-me […] à influência desse vulto extraordinário, certo que receberia dele (como mais tarde recebi de Bülow) impressões fecundas que me guiariam toda a minha vida” (inMúsica e músicos alemães: Recordações, Ensaios, Críticas).
                Segundo a perspectiva apresentada, faz sentido considerar que as Rapsódias Húngaras de Franz Liszt tenham servido de modelo a Vianna da Motta para a criação das Rapsódias Portuguesas. Vejam-se alguns exemplos de possíveis influências de Liszt que se encontram com relativa frequência nas Cinco Rapsódias Portuguesas: os temas folclóricos são elementos estruturantes, isto é, as secções formais são delimitadas pelo trabalho de temas precisos; essas secções são extremamente contrastantes no que respeita a escrita, a cor, o andamento e o carácter e são, geralmente, encadeadas através de passagens em estilo cadencial, de passagens onde se intercalam fragmentos dos temas ou através de quebras abruptas do discurso musical; os temas populares, ou partes deles, estão associados a um carácter específico; o trabalho temático incide, maioritariamente, sobre variações da decoração da melodia.
                A construção em forma de espelho no que respeita o número de temas populares trabalhados em cada uma das rapsódias (5 – 2 – 3 – 2 – 5) e no que respeita os seus andamentos essenciais (rápido – lento – rápido – lento – rápido) faz das Cinco Rapsódias Portuguesas um ciclo organizado e pensado para recitais de piano, apesar de todas elas terem sido escritas em tonalidade maior. Nesta primeira edição da integral das Rapsódias Portuguesas para piano de José Vianna da Motta optou-se por indicar exclusivamente as dedilhações propostas pelo compositor. As melodias apresentadas no restante deste prefácio foram extraídas do manuscrito de Vianna da Motta anexado às rapsódias, manuscrito intitulado “Melodias populares utilizadas pelo autor”. A forma que essas melodias apresentam nesse manuscrito será designadaoriginal.
    A 1ª Rapsódia Portuguesa, em sol maior, é talvez a mais exigente do ponto de vista da destreza digital. As melodias utilizadas provêm de um repertório específico: Fados. Esta característica, sendo única neste ciclo, reforça a ideia de que esta rapsódia tenha sido escrita num momento distinto das outras rapsódias. Toda a primeira secção, em Allegretto, é consagrada a variações melódicas do tema “Fado de Coimbra”
    A 2ª Rapsódia Portuguesa, em lá maior, é inteiramente construída em torno de dois temas: “Manuel, tão lindas moças” do Porto e um “S. João” da Figueira da Foz
    Sobre cada uma das partes constituintes do primeiro tema, “Manuel, tão lindas moças”, incidem dois tipos de trabalho temático bem distintos. A primeira parte, correspondente aos oito primeiros compassos da melodia, é trabalhada em estilo coral predominantemente homorítmico mas por vezes polifónico. As linhas melódicas são abundantemente acompanhadas de linhas de legato que sugerem um lirismo exacerbado. A segunda parte, correspondente aos quatro últimos compassos, é inteiramente homorítmica, num estilo de marcha. Este carácter é reforçado pelo andamento ligeiramente mais vivo que o Andantino inicial – Più mosso e Più vivo –, pelos staccati e pela simplicidade das harmonias utilizadas (tónica e dominante).
    A 3ª Rapsódia Portuguesa, em ré maior, é um bom exemplo de obra onde as melodias populares, ou partes delas, estão associadas a um carácter específico. O primeiro tema popular desta rapsódia é o mais longo de todos os temas trabalhados neste ciclo: “A viuvinha” do Alentejo
    A 4ª Rapsódia Portuguesa, intitulada “Oração da Tarde”, possui várias características que, na música do século dezanove, remetem para uma dimensão religiosa: a tonalidade de lá bemol maior; o andamento Adagio que sugere serenidade; o motivo descritivo cloches composto por uma colcheia acentuada e uma semínima, motivo que visa criar musicalmente o toque dos sinos e a sua ressonância; etc. Esta é, sem dúvida, a rapsódia mais elaborada harmonicamente e aquela onde o potencial expressivo do cromatismo é mais explorado.
    Vianna da Motta utiliza apenas duas melodias nesta obra: o tema popular “Ai que lindos amores que eu tenho”, tema oriundo da cidade de Elvas que aparece na sua forma original e na tonalidade da dominante logo no primeiro compasso, e o tema “Ao menino Deus”, melodia do século dezoito.
    A 5ª Rapsódia Portuguesa, em fá maior, é intitulada “São João”. Os dois primeiros temas apresentados são, justamente, dois temas populares das festas de São João. É apenas no compasso 22 que o primeiro tema “S. João” aparece pela primeira vez na íntegra conforme o original, depois de vários compassos onde motivos deste tema se fazem ouvir no tom da dominante até à cadência em fá maior do compasso 21. O acompanhamento em ostinato em torno da fundamental e da quinta de um acorde perfeito, o andamento Allegretto e a indicação allegramente, a abundância de terceiras, a repetição do motivo no compasso seguinte e o intervalo de segunda maior criado entre este motivo e a voz superior sugerem uma atmosfera musical plena de graciosidade e de frescura, apesar da dinâmica forte. Posteriormente, este tema aparece sobretudo associado a indicações do tipo marcato ou marcatissimo sob a dinâmica fortissimo pelo que este tema é crucial na construção do carácter festivo que o título da rapsódia sugere.

    João Costa Ferreira

    *
    *
    *
    *
    Prefácio
     
     
    Nos anos que se seguem ao Ultimato britânico de 1890, Portugal atravessa um período marcado por um sentimento nacionalista que invade a criação artística portuguesa. É neste contexto que nascem as Cinco Rapsódias Portuguesas para piano de José Vianna da Motta, um dos maiores ciclos composto por este pianista e compositor romântico português. O teor nacionalista destas obras está, à partida, explícito no uso de melodias populares portuguesas como material temático. No entanto, convém notar que, para Vianna da Motta, a atribuição da qualidade nacionalista a uma obra passa pelo cruzamento da essência do material musical com aquilo a que ele chama de “expressão” individual do compositor:
    “Talvez a canção popular seja o melhor caminho para chegar à alma do povo, mas terá então que encontrar-se a própria expressão para o sentimento da nação” (Vianna da Motta, in Die Musik, 01/04/1907).
    Curiosamente, na primeira página do manuscrito, Vianna da Motta apresenta o título deste ciclo em francês – “Cinq Rhapsodies portugaises pour piano par José Vianna da Motta” –, facto que pode levantar dúvidas sobre a autenticidade do sentimento nacionalista em Vianna da Motta. Contudo, parece ser mais pertinente considerar que este facto resulta de um hábito de uma época onde o francês é a língua internacional ou que o compositor pretendia dar visibilidade internacional à sua obra, levar além-fronteiras a expressão da alma nacional portuguesa.
                É difícil determinar com exactidão a data em que cada uma destas rapsódias foi escrita já que o compositor não a indica no seu manuscrito. Crê-se que a 1ª Rapsódia Portuguesa tenha sido escrita por volta de 1891, as demais em 1894 ou 1895 segundo uma carta dirigida a Fernando Lopes-Graça:
    “Estimei muito ver o seu interesse pelas minhas composições de carácter nacional e posso dizer-lhe a data precisa em que entrei nesse caminho. Antes de vir a Portugal em 1893 já tinha escrito uma Rapsódia sobre motivos portugueses […]. Em 94 ou 95 escrevi ainda 5 Rapsódias, das quais só se publicou a 4ª” (carta datada de 3 de Novembro de 1933).
    É provável que Vianna da Motta se tenha equivocado ao afirmar ter escrito cinco rapsódias em 1894 ou 1895 já que não se conhece nenhuma sexta rapsódia. Para além disso, vários argumentos sustentam a tese segundo a qual as Cinco Rapsódias Portuguesas foram compostas em dois momentos distintos (a 1ª Rapsódia Portuguesa num primeiro momento, as quatro últimas rapsódias num segundo momento): a língua e o formato utilizados nos títulos dos cabeçalhos das rapsódias (“Rhapsodie Portugaise Nr. 1”, “2ª Rhapsodia portuguesa”, “3ª Rhapsodia portuguesa”, etc.); a assinatura do compositor (“José Vianna da Motta” no primeiro momento, “J. V. da Motta” no segundo momento); a diferença substancial que existe no tipo de tratamento temático desses dois momentos (apenas na 1ª Rapsódia Portuguesa se encontram temas tratados em forma de variações melódicas).
                Para além das circunstâncias em que estas obras foram compostas, é possível que a figura de Franz Liszt tenha guiado Vianna da Motta na composição das Cinco Rapsódias Portuguesas. O interesse pela vida e obra do pianista e compositor húngaro evidencia-se nos artigos e trabalhos que Vianna da Motta lhe consagrou: entre outros, a obra biográfica A Vida de Liszt, o capítulo “Algumas considerações sobre os poemas sinfónicos de Franz Liszt” do primeiro volume de Música e músicos alemães, a revisão de uma parte significativa da obra para piano solo de Liszt para a editoraBreitkopf & Härtel. Para mais, Vianna da Motta terá sido, segundo as suas palavras, fortemente marcado pela experiência vivida junto de Franz Liszt aquando do estágio em Weimar, no verão de 1885:
    “Eu desejava, pois, submeter-me […] à influência desse vulto extraordinário, certo que receberia dele (como mais tarde recebi de Bülow) impressões fecundas que me guiariam toda a minha vida” (inMúsica e músicos alemães: Recordações, Ensaios, Críticas).
                Segundo a perspectiva apresentada, faz sentido considerar que as Rapsódias Húngaras de Franz Liszt tenham servido de modelo a Vianna da Motta para a criação das Rapsódias Portuguesas. Vejam-se alguns exemplos de possíveis influências de Liszt que se encontram com relativa frequência nas Cinco Rapsódias Portuguesas: os temas folclóricos são elementos estruturantes, isto é, as secções formais são delimitadas pelo trabalho de temas precisos; essas secções são extremamente contrastantes no que respeita a escrita, a cor, o andamento e o carácter e são, geralmente, encadeadas através de passagens em estilo cadencial, de passagens onde se intercalam fragmentos dos temas ou através de quebras abruptas do discurso musical; os temas populares, ou partes deles, estão associados a um carácter específico; o trabalho temático incide, maioritariamente, sobre variações da decoração da melodia.
                A construção em forma de espelho no que respeita o número de temas populares trabalhados em cada uma das rapsódias (5 – 2 – 3 – 2 – 5) e no que respeita os seus andamentos essenciais (rápido – lento – rápido – lento – rápido) faz das Cinco Rapsódias Portuguesas um ciclo organizado e pensado para recitais de piano, apesar de todas elas terem sido escritas em tonalidade maior. Nesta primeira edição da integral das Rapsódias Portuguesas para piano de José Vianna da Motta optou-se por indicar exclusivamente as dedilhações propostas pelo compositor. As melodias apresentadas no restante deste prefácio foram extraídas do manuscrito de Vianna da Motta anexado às rapsódias, manuscrito intitulado “Melodias populares utilizadas pelo autor”. A forma que essas melodias apresentam nesse manuscrito será designadaoriginal.
    A 1ª Rapsódia Portuguesa, em sol maior, é talvez a mais exigente do ponto de vista da destreza digital. As melodias utilizadas provêm de um repertório específico: Fados. Esta característica, sendo única neste ciclo, reforça a ideia de que esta rapsódia tenha sido escrita num momento distinto das outras rapsódias. Toda a primeira secção, em Allegretto, é consagrada a variações melódicas do tema “Fado de Coimbra”
    A 2ª Rapsódia Portuguesa, em lá maior, é inteiramente construída em torno de dois temas: “Manuel, tão lindas moças” do Porto e um “S. João” da Figueira da Foz
    Sobre cada uma das partes constituintes do primeiro tema, “Manuel, tão lindas moças”, incidem dois tipos de trabalho temático bem distintos. A primeira parte, correspondente aos oito primeiros compassos da melodia, é trabalhada em estilo coral predominantemente homorítmico mas por vezes polifónico. As linhas melódicas são abundantemente acompanhadas de linhas de legato que sugerem um lirismo exacerbado. A segunda parte, correspondente aos quatro últimos compassos, é inteiramente homorítmica, num estilo de marcha. Este carácter é reforçado pelo andamento ligeiramente mais vivo que o Andantino inicial – Più mosso e Più vivo –, pelos staccati e pela simplicidade das harmonias utilizadas (tónica e dominante).
    A 3ª Rapsódia Portuguesa, em ré maior, é um bom exemplo de obra onde as melodias populares, ou partes delas, estão associadas a um carácter específico. O primeiro tema popular desta rapsódia é o mais longo de todos os temas trabalhados neste ciclo: “A viuvinha” do Alentejo
    A 4ª Rapsódia Portuguesa, intitulada “Oração da Tarde”, possui várias características que, na música do século dezanove, remetem para uma dimensão religiosa: a tonalidade de lá bemol maior; o andamento Adagio que sugere serenidade; o motivo descritivo cloches composto por uma colcheia acentuada e uma semínima, motivo que visa criar musicalmente o toque dos sinos e a sua ressonância; etc. Esta é, sem dúvida, a rapsódia mais elaborada harmonicamente e aquela onde o potencial expressivo do cromatismo é mais explorado.
    Vianna da Motta utiliza apenas duas melodias nesta obra: o tema popular “Ai que lindos amores que eu tenho”, tema oriundo da cidade de Elvas que aparece na sua forma original e na tonalidade da dominante logo no primeiro compasso, e o tema “Ao menino Deus”, melodia do século dezoito.
    A 5ª Rapsódia Portuguesa, em fá maior, é intitulada “São João”. Os dois primeiros temas apresentados são, justamente, dois temas populares das festas de São João. É apenas no compasso 22 que o primeiro tema “S. João” aparece pela primeira vez na íntegra conforme o original, depois de vários compassos onde motivos deste tema se fazem ouvir no tom da dominante até à cadência em fá maior do compasso 21. O acompanhamento em ostinato em torno da fundamental e da quinta de um acorde perfeito, o andamento Allegretto e a indicação allegramente, a abundância de terceiras, a repetição do motivo no compasso seguinte e o intervalo de segunda maior criado entre este motivo e a voz superior sugerem uma atmosfera musical plena de graciosidade e de frescura, apesar da dinâmica forte. Posteriormente, este tema aparece sobretudo associado a indicações do tipo marcato ou marcatissimo sob a dinâmica fortissimo pelo que este tema é crucial na construção do carácter festivo que o título da rapsódia sugere.

    João Costa Ferreira

    Information
    • About AVA Editions
    • Terms and conditions
    • Contact Us
    • Privacy policy
    • Delivery
    Customer service
    • Music Dealers
    • Catálogo
    My account
    • My account
    • Addresses
    • Orders
    • Shopping cart
    • Compare products list
    • Apply for partner account
    Contact Us
    • Rua Nova do Loureiro nº14 | 1200-295 Lisboa
    • info@editions- ava.com
    • +351 213 430 337 / +351 929 444 845
    Copyright © 2023 AVA Editions. All rights reserved.
    Powered by nopCommerce
    Designed by Nop-Templates.com