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A multiplicidade e a impossibilidade de catalogação são parte intrínseca do fenómeno Luís de Freitas Branco. No fundo, estamos a falar de muitos compositores dentro de um só, unidos por uma personalidade fascinante e centrifugadora. Contudo, a suprema síntese encontramo-la talvez na 4.ª sinfonia, concluida em 1952, obra-prima da maturidade de Luís de Freitas Branco, na qual o compositor fez a síntese das pulsões aparentemente inconciliáveis que percorreram toda a sua carreira. O modernista e o neoclássico, o racionalista e o romântico, o monárquico e socialista que nele existiam conseguem na 4.ª Sinfonia a coabitação perfeita. Usando de novo um tema gregoriano como raiz cíclica, a obra abarca inclusivamente o folclore, num scherzo de sabor expressionista. No fim do último andamento, o tema gregoriano tem um regresso triunfante em si bemol maior. Esse ponto de partida distante permite ao compositor fazer uma magistral demonstração daquilo a que chamava a aplicação das leis físicas da música: a tónica será atingida através de uma encandeante sucessão de tonalidades maiores, tal como no ciclo A Ideia. A impressão é de quem vai abrindo sucessivas janelas, percorrendo o universo até atingir o esplendor máximo, num gesto grande e generoso dirigido a toda a humanidade.
cerca de 42′