Instrumentation: flauta, clarinete em A / cor de basset em F, piano, violino, viola, violoncelo
Movements:
I. Introduction: Wild Horse’s Riding Music, quasi Rodeo
II. Ruralia Americana
III. Finale: Fast Forward & Riffs
Duração: 14’
Three American Portraits foi encomendado pelo GMCL, que estreou a versão com harpa em Castelo-Branco em 2002, tendo este grupo efectuado ainda mais dois concertos em Serralves e Lisboa. É uma das minhas obras mais tocadas. O Ensemble Remix estreou a versão definitiva com piano na Casa das Artes do Porto e no CCB, em 2003. Three American Portraits foi ainda tocado em 2003 no Festival de Condeixa, pela Camerata SenzaMisura e mais tarde pelos solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e pelo Grupo Instrumental da Universidade do Rio de Janeiro (Brasil), sob a direcção de Cesário Costa. Mais recentemente, em 2006 e 2007, o Plural Ensemble tocou os Three American Portraits no Festival de Salzburgo e a Orchestrutópica em Cascais, a mesma Orchestrutópica que em Julho de 2008 apresentou no festival “Música Portuguesa Hoje”, no CCB, a 11ª interpretação desta obra.
Uma das características mais marcantes dos Three American Portraits é, nos andamentos extremos, uma grande complexidade rítmica, na maior parte dos casos originada não só pela métrica irregular de cada voz, mas também pela sobreposição intrincada de diversas linhas contraditórias. O início do primeiro andamento faz uma referência directa ao Concertino de Stravinsky, uma vez que originalmente pensara fazer um arranjo dessa obra para os efectivos do GMCL. Esse projecto não se concretizou, vindo a resultar antes nestes três Portraits. O início manteve-se porém, como homenagem a um dos meus compositores favoritos. No lento e bucólico andamento central, é a simplicidade que predomina, enquanto o “motorizado” terceiro andamento não nega as suas afinidades com o minimalismo e o jazz. Na alternância de andamentos rápido-lento-rápido, e no aspecto quase solístico do clarinete, bem como na complexidade geral da polifonia e do ritmo, Three American Portraits é, de certo modo, um pequeno concerto de câmara que tem claras afinidades de carácter com obras como o Concerto Brandenburguês nº 1 de Bach ou o Concerto em Mib \"Dumbarton Oaks\", de Stravinsky, para só citar duas das obras que desde sempre me fascinaram.