A Fábrica dos Sons apresenta um relato verbal vertido em português por Maria de Medeiros, com a subtileza discursiva e perfeita dicção que caracterizam o brilho oral da prestigiada actriz e realizadora. Pluharlieder permite fruir, em alemão, a força telúrica e a intensidade expressiva de Erika Pluhar, uma das máximas figuras do seu país no âmbito da canção tradicional austríaca e do "café-concerto".
Os Pluharlieder, como o seu nome indica, associam indissoluvelmente a obra sinfónica à sua intérprete vocal e autora dos textos. A Fábrica dos Sons, pelo contrário, é (ou parece ser) independente da identidade e/ou género do relator. Esta especificidade encobre, paradoxalmente, uma analogia fulcral: as duas vozes são femininas, e não só; também simbolizam relações muito fortes do compositor: Maria de Medeiros é sua filha e Erika Pluhar é sua partenaire artística desde há décadas, em espectáculos um pouco por tudo mundo.
Alejandro Erlich Oliva
(extr.) Lisboa, Maio de 2004
1 / 12 - A Fábrica dos Sons op.45 - 50’24’’
Orquestra Sinfónica “Tonkünstler” de Viena
Direcção: António Victorino D’Almeida
Narradorar: Maria de Medeiros
Pluhar Lieder op.75
13 - O que sonhamos - 03’18’’
14 - Estar no fim - 04’02’’
15 - Esquece a sorte - 03’06’’
16 - Deixa-me só - 02’50’’
17 - Pois que seja - 02’01’’
18 - Deixa que aconteça - 03’27’’
19 - Os heróis - 03’26’’
20 - Canção do passado - 03’04’’
Orquestra da Brucknerhaus de Linz
Direcção: António Victorino D’Almeida
Voz: Erika Pluhar
Tempo total: 01’15’38’’