No seu tempo, havia uma anedota sobre o Paganini que supostamente tinha feito um pacto com o diabo recebendo em troca habilidades espantosas que o tornaram num dos maiores virtuosos de sempre. Tendo essa associação anedotal em conta, entre extraordinárias habilidades técnicas e o ‘sobrenatural’ criei uma peça virtuosa irónica e grotesca, para violino e piano. A Devil’s Dance (Dança Diabólica) é uma peça pop-classica, melodiosa, rica em texturas e diálogo evasivo entre os dois instrumentos. Em termos de estética é ás vezes reminiscente da fascinação pelo genro da fantasia gótica que podemos encontrar em peças do século 19 como por exemplo o Aprendiz do Feiticeiro, Danse Macabre ou a Valsa de Mefisto entre outros. Apesar da sua contrariedade extravagante e um tom carnavalesco, a peça é rigorosamente estruturada na maneira de uma valsa invertida ultra-rápida, com escalas deslumbrantes, harmonias assombradas e melodias exóticas.