Prefácio
Não posso deixar de salientar a minha satisfação pela honra de ser convidado a escrever esta curta nota prefacial deste trabalho.
Este pequeno grande livro que se apresenta vai ao encontro de uma verdadeira e prática necessidade, essencialmente para a comunidade de oboístas. Trata-se de um livro que fazia falta em Portugal, tendo em conta a significativa e crescente qualidade de jovens músicos oboístas. Uma brilhante iniciativa da autora Margarida Cardoso, personalidade que tive o gosto de conhecer em tenra idade, enquanto minha aluna de oboé no Collegium Musicum de Seia, e que prosseguiu os seus estudos no oboé com o meu colega e amigo Frederico Fernandes, até ao seu ingresso no ensino superior. Aproveito para um agradecimento muito especial ao Professor Frederico Fernandes, que forneceu valiosos elementos e que incitou e orientou a autora na investigação e produção deste trabalho/ projeto de Prova de Aptidão Profissional, agora edição.
A Margarida é uma jovem estudante de uma apreciável seriedade e maturidade intelectual e que foi muito feliz com esta iniciativa de uma publicação em português, de um trabalho de relevante interesse e que pode representar um grande contributo para incentivar e despertar curiosidades sobre esta complexidade que é o mundo da diversidade de técnicas de construção de palhetas.
O leitor encontrará um livro bem organizado e dividido por capítulos com indispensável clareza no que respeita ao vocabulário técnico. Além disso, juntou-se-lhe uma bibliografia seletiva e o registo de opiniões / reflexões de alguns conceituados oboístas a fim de lhe conferir o rigor, utilidade e eficácia.
Felicitações,
Com o apreço de sempre,
Francisco Luís Vieira
Introdução
Este livro surgiu de um projeto de PAP (Prova de Aptidão Profissional) elaborado pela autora na escola onde concluiu o seu ensino secundário, Escola Profissional da Serra da Estrela. A autora pretendia aplicar e consumar todos os conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida académica e artística num estudo específico da sua área de estudo, estudo de oboé. Tal como era sua intenção, relacionou o oboísta com o seu material mais essencial, a palheta dupla. Ou seja, demonstrou a estreita relação que existe entre o oboísta e o produto do seu trabalho na construção de palhetas.
Existem outros tipos de palhetas duplas para além da palheta de oboé, nomeadamente palhetas duplas de fagote, corne-inglês, entre outras. No entanto, neste livro são estudadas apenas as palhetas duplas de oboé, sendo que o termo “palhetas” referir-se-á sempre a “palhetas duplas de oboé”.
Este estudo encontra-se dividido em quatro capítulos: Breve História, O que é uma Palheta Dupla de Oboé?, Porquê a Diversidade na Construção de Palhetas e O que é uma Boa Palheta?.
No primeiro capítulo resume-se a história e evolução das palhetas, no entanto, seria impossível falar da história das mesmas sem falar da história do oboé, sendo que, ao longo do tempo, as palhetas acompanharam a evolução do oboé. No segundo capítulo, procura-se explicar o funcionamento da palheta dupla, as suas características e possíveis fragilidades.
O terceiro capítulo é o mais extenso, devido à sua complexidade, e divide-se em dois subcapítulos: Fases de Construção e Diversidade na Construção. Como os títulos indicam, aqui são enumeradas e sucintamente explicadas diferentes fases de construção de palhetas, a diversidade que existe na construção das mesmas, bem como os modelos de amarragem e raspagem utilizados pela autora.
Por fim, no quarto capítulo, chega-se ao propósito final deste livro, ou seja, responder à questão: “O que é uma boa palheta?”. Podem aí ser encontradas as conclusões da autora acerca desta questão, retiradas de pesquisas realizadas e de opiniões diferentes de oboístas profissionais contactados pela mesma. Estas opiniões encontram-se registadas no final deste capítulo, na secção Opiniões.
Margarida Cardoso
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