Encomenda do 10º Festival Internacional da primavera de Viseu
A partir da reminiscência de um prelúdio de Marin Marais para o seu instrumento de eleição (basse de viole ou viola da gamba), surgiu um caderno de “fantasmas” de antigos mestres, mais ou menos identificáveis. São peças breves para a mão esquerda do pianista, com o caráter de prelúdios livres e que procuram sustentar uma autonomia sonora sem que se sinta a falta da mão direita…
Nestes Quatro fantasmas encontram-se gestos tradicionais em contraponto como outros, estes sem convenção. Do mesmo modo, no plano harmónico, subsiste uma tensão entre consonância e dissonância que eu reconheço como sendo típica da minha linguagem de compositor. Finalmente, será necessário conciliar o espírito de improvisação com a forma mais definida de um objeto sonoro, sem radicalismo nem ostentação.