oboé, clarinete, violino, viola, contrabaixo
Andamentos:
I.Introdução – Acrobático
II.Mesto
III.Marcha
IV.Trapèze
V.Pesante
VI.Valsa
VII.Finale – Piruetas e Salto Mortal
Duração: 20’
O Quinteto foi-me encomendado pela Camerata Senza Misura. com o objectivo de completar um programa no qual seria também tocado o Quinteto opus 39 de Prokofiev. Daí a estranha combinação de oboé, clarinete, violino, viola e contrabaixo, uma combinação única, para a qual só tenho conhecimento da obra do mestre russo. Curiosamente, Prokofiev, ao contrário de compositores como Stravinsky, Milhaud, Villa Lobos, Martinu ou Hindemith, não é conhecido pela excentricidade das suas escolhas instrumentais, nem por uma particular predilecção pela música de câmara. O facto de a minha peça ter sido encomendada para ser tocada juntamente com a de Prokofiev, para além do facto de em 2003 se terem comemorado os 50 anos da morte deste, influiu decerto na atmosfera do Quinteto, que funciona como uma suite de números contrastantes encadeados, cada um deles de carácter muito diverso (tal como o quinteto de Prokofiev, escrito para um bailado de uma trupe de bailarinos de circo). Um dos andamentos tomou mesmo o título que o bailado de Prokofief (que só se realizou uma vez) teve: Trapèze. Reina pois nesta obra uma atmosfera entre o melancólico e o burlesco, e uma escrita instrumental virtuosística, que tem afinidades quer com o carácter circeense do opus 39, quer com as acrobacias e tropelias de um Petruska…