Instrumentação: 1 flauta/piccolo, 2 oboés, 2 clarinetes Bb, 2 trompas, 2 fagotes
Andamentos:
I. Adagio - Allegretto
II. Scherzino giocoso
III. Petite Sérénade Morave
IV. Finale
Duração: 14'30''
A Symphonie pour neuf instruments à vent foi escrita a pedido de um amigo e colega, oboísta Andrew Swinnerton, que tem estreado várias obras minhas com oboé, e a ele é dedicada. Como sugerido pelo Andrew, a peça foi pensada para a mesma formação da Petite Symphonie de Charles Gounod: 1 flauta, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes e 2 trompas. A linguagem musical é neoclássica e descontraída e, tal como na Petite Symphonie, sofreu as influências simultâneas do classicismo vienense (em particular das obras de Mozart para conjuntos de sopros) no 1º e 2º andamentos, e do folclore checo e moravo nos 2º, 3º e 4º andamentos, o que acontece também na peça de Gounod que tem, aqui e ali, laivos folcloristas, embora no seu caso estes não sejam muito identificáveis em termos de origem regional. Já Mozart sofreu claramente a influência da música popular que ouviu em Praga nos últimos anos de vida, e isso é¬ável em particular nas obras para sopros ou nas obras em que os sopros são importantes, como o testemunham as serenatas para sopros ou a Sinfonia nº38, \"Praga\", o Don Giovanni, e a Sinfonia 39. O sabor checo e moravo nas minhas obras tonais surge do interesse que há muito nutro por essa cultura, seja pela literatura (Jaroslav Hašek, Karel ?apek, Franz Kafka e Milan Kundera), seja pela música (Smetana, Dvo?ák, Janá?ek e Martin?), e esse sabor checo (mistura de um humor non-sense com uma atmosfera nostálgica e terna) aparece noutras peças minhas mais recentes, como na Suite de Hašek, para quarteto de sopros, ou no Quinteto de Cordas. Do ponto de vista rítmico, a Symphonie pour neuf instruments à vent é porém uma obra por vezes algo complexa, como no 2º andamento, onde os ritmos cruzados, a alternância e sobreposição de métricas e o tempo rápido dão bastante que fazer aos músicos, e justificam a presença de um maestro.