Peças para violino e piano compostas em 1988 e criadas em Junho de 1989 na sala Marguerite Gaveau por Marie-Jeanne Lechaux, a quem foram dedicadas, acompanhada ao piano por Emmanuel Hieaux. Por ocasião do centenário do nascimento de Paul Éluard, uma versão levemente remodelada será dada em primeira audição no conservatório Rachmaninov em Paris, a 10 de Fevereiro de 1995 por Catherine Grimaud (violino) e Bruno Belthoise (piano).
Sobre três poemas de Éluard ou três cantares de solidão... Impregnamo-nos do reflexo que oferece o espelho e tentamos em vão reunirmo-nos mergulhando numa água que, apenas aflorada, logo se quebra. Privados do que julgávamos ser um olhar, cantamos o luto de uma imagem nascida da ilusória completude. Da perda do ser amado, da ausência do outro eu, escorre uma lágrima cujo cantar é refrigério do passado, inspira o futuro, semeia o esquecimento.
Após tê-las reconhecido e intimamente aceite, o homem envolve-se com as facetas que sabe de futuro serem suas e dissolve-se nelas como elas se fundem e se unem nele. Tornado simples gota, livre, involuntária e única, manifesta-se e exprime a sua solidão completa no seio dum fraternal contraponto.