Alfredo Gazul nasceu em Lisboa no ano de 1844. Era neto de José Gazul - trompista do Teatro São Carlos - e filho de José Gazul Júnior - flautista no Teatro São Carlos, na Real Câmara e na Sé Patriarcal, para além de professor de flauta no Conservatório de Lisboa - , integrando uma família que deu ao país muitos outros músicos de reconhecido mérito.
Desde muito jovem assumiu a posição de primeiro violino no Teatro São Carlos, apresentando-se frequentemente a solo e em música de câmara. No início dos anos 70 do século XIX deslocou-se a Itália no sentido de desenvolver o seu talento vocal, já reconhecido em Lisboa. Ali estudou com um dos mais célebres cantores líricos da época, tendo encetado uma fulgurante carreira como tenor, assumindo os papéis principais das óperas em voga na época, nos mais importantes palcos italianos e europeus.
Depois do regresso definitivo a Portugal, para integrar o elenco do Teatro São Carlos na temporada de 1879-1880, terminou aqui a sua carreira lírica, tudo indica, por razões de saúde. De 1880 em diante dedicou-se à actividade pedagógica e à música de câmara. Em 1888, formou uma sociedade de música de câmara com alguns dos músicos de maior mérito da cena portuguesa de então - Victor Hussla, Cunha e Silva e Alexandre Rey Colaço - onde assumia a função de violetista. Com esta estrutura, realizou inúmeras temporadas nos diversos teatros e salas de Lisboa, apresentando aos públicos o grande repertório camerístico romântico, apresentado-se com músicos de reconhecimento intetrnacional, como é o caso de Sarasate, e fazendo estreias nacionais de obras centrais da literatura, tal como, por exemplo, o Sexteto Op. 18 de Brahms. Esta intensa actividade como violetista subsistiu praticamente até ao ano da sua morte. Em paralelo a estas quatro fases da sua vida artística - violinista, tenor lírico, pedagogo e violetista -, Alfredo Gazul sempre manteve uma constante actividade como compositor, como é possível atestar pelo número de diversidade de obras depositadas nos arquivos portugueses.