• Português
  • English
  • Registar
  • Log in
AVA Editions
Close
  • Home
  • Compositores
  • Agenda
  • CDs
  • Coro
    Coro e Orquestra
    Imagem da categoria Coro e Orquestra
    Coro Infantil
    Imagem da categoria Coro Infantil
    Coro Feminino
    Imagem da categoria Coro Feminino
    Coro com Acompanhamento
    Imagem da categoria Coro com Acompanhamento
    Coro a Capella
    Imagem da categoria Coro a Capella
    Coro Masculino
    Imagem da categoria Coro Masculino
    Coro, Solistas com Acompanhamento
    Imagem da categoria Coro, Solistas com Acompanhamento
  • Cravo
    Cravo Solo
    Imagem da categoria Cravo Solo
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    Cravo e Orquestra
    Imagem da categoria Cravo e Orquestra
  • Canto
    Soprano
    Imagem da categoria Soprano
    • Soprano Solo
    Contralto
    Imagem da categoria Contralto
    Tenor
    Imagem da categoria Tenor
    Baixo
    Imagem da categoria Baixo
    • Baixo Solo
    • Baixo & Piano
    • Baixo & Orquestra
    • Baixo Música de Câmara
    Infantil
    Imagem da categoria Infantil
    • Infantil Solo
    • Infantil e Piano
    • Infantil & Orquestra
    • Infantil Música de Câmara
    Baritono
    Imagem da categoria Baritono
    • Baritono Solo
    • Baritono & Orquestra
    • Baritono & Piano
    • Baritono Música de Câmara
    Mezzo-Soprano
    Imagem da categoria Mezzo-Soprano
    • Mezzo-Soprano e Piano
    • Mezzo-Soprano e Orquestra
    • Mezzo-Soprano Solo
    • Música de Câmara
    Voz
    Imagem da categoria Voz
    • Voz e Piano
    • Voz e Guitarra
  • Acordeão
    Acordeão e Orquestra
    Imagem da categoria Acordeão e Orquestra
    Acordeão e Piano
    Imagem da categoria Acordeão e Piano
    Acordeão Solo
    Imagem da categoria Acordeão Solo
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    Método
    Imagem da categoria Método
  • Cordas
    Violino
    Imagem da categoria Violino
    • Violino Solo
    • Violino e Orquestra
    • Violino e Piano
    • Música de Câmara
    Viola
    Imagem da categoria Viola
    • Viola Solo
    • Viola e Piano
    • Viola e Orquestra
    Violoncelo
    Imagem da categoria Violoncelo
    • Violoncelo e Piano
    • Violoncelo Solo
    • Violoncelo e Orquestra
    Contrabaixo
    Imagem da categoria Contrabaixo
    • Contrabaixo Solo
    • Contrabaixo e Piano
    • Contrabaixo e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Contrabaixo solista
    Cordas Música de Câmara
    Imagem da categoria Cordas Música de Câmara
    • Dueto de Cordas
    • Trio de Cordas
    • Quarteto de Cordas
    • Outras Formações
    Bandolim
    Imagem da categoria Bandolim
  • Ensemble
  • Guitarra
    Guitarra e Orquestra
    Imagem da categoria Guitarra e Orquestra
    Guitarra e Piano
    Imagem da categoria Guitarra e Piano
    Guitarra Solo
    Imagem da categoria Guitarra Solo
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    • Duo
  • Livros
    Formação Musical
    Imagem da categoria Formação Musical
    Fotografia
    Imagem da categoria Fotografia
    Colecções
    Imagem da categoria Colecções
    Cadernos
    Imagem da categoria Cadernos
    Revistas
    Imagem da categoria Revistas
  • Madeiras
    Flauta
    Imagem da categoria Flauta
    • Flauta e Piano
    • Flauta Solo
    • Flauta e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Flautim
    Oboé
    Imagem da categoria Oboé
    • Oboé e Orquestra
    • Oboé e Piano
    • Oboé Solo
    • Música de Câmara
    Clarinete
    Imagem da categoria Clarinete
    • Clarinete e Piano
    • Clarinete Solo
    • Clarinete Baixo
    • Música de Câmara
    • Clarinete e Orquestra
    Fagote
    Imagem da categoria Fagote
    • Fagote Solo
    • Fagote e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Fagote e Piano
    Saxofone
    Imagem da categoria Saxofone
    • Saxofone Alto
    • Saxofone Tenor
    • Saxofone Baritono
    • Saxofone Soprano
    • Música de Câmara
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    • Quinteto de Sopros
    • Outras Formações
    Flauta de Bisel
    Imagem da categoria Flauta de Bisel
    • Flauta de Bisel Alto
    • Flauta Bisel e Orquestra
    • Flauta Bisel e Piano
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    Corne Inglês
    Imagem da categoria Corne Inglês
    • Corne Inglês Solo
  • Guitarra Portuguesa
    Guitarra Portuguesa Solo
    Imagem da categoria Guitarra Portuguesa Solo
    Guitarra Portuguesa e Piano
    Imagem da categoria Guitarra Portuguesa e Piano
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    Guitarra Portuguesa e Orquestra
    Imagem da categoria Guitarra Portuguesa e Orquestra
  • Instrumentos
    Tuba em Fá
    Imagem da categoria Tuba em Fá
  • Harpa
    Harpa e Orquestra
    Imagem da categoria Harpa e Orquestra
    Harpa Solo
    Imagem da categoria Harpa Solo
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
  • Metais
    Tuba Wagneriana
    Imagem da categoria Tuba Wagneriana
    Trompa
    Imagem da categoria Trompa
    • Trompa e Piano
    • Trompa Solo
    • Trompa e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    • Quarteto de Trompas
    Trompete
    Imagem da categoria Trompete
    • Trompete Solo
    • Trompete Piccolo
    • Trompete e Orquestra
    • Música de Câmara
    • Trompete e Piano
    Tuba
    Imagem da categoria Tuba
    • Estudos e Metodos
    • Tuba Solo
    • Tuba e Orquestra
    • Tuba e Piano
    • Música de Câmara
    • Tuba Solo e Ensemble
    Trombone
    Imagem da categoria Trombone
    • Trombone Solo
    • Trombone e Piano
    • Música de Câmara
    • Trombone e Orquestra
    Grupo de Metais
    Imagem da categoria Grupo de Metais
    • Quinteto de Metais
    • Outras Formações
    Orquestra de Metais
    Imagem da categoria Orquestra de Metais
    Euphonium
    Imagem da categoria Euphonium
    • Euphonium Solo
    • Euphonium e Piano
  • Música de Câmara
    Instrumento e Piano
    Imagem da categoria Instrumento e Piano
    Duo
    Imagem da categoria Duo
    Trio
    Imagem da categoria Trio
    Quarteto
    Imagem da categoria Quarteto
    Quinteto
    Imagem da categoria Quinteto
    Sexteto
    Imagem da categoria Sexteto
    Ensemble de Palhetas Duplas
    Imagem da categoria Ensemble de Palhetas Duplas
  • Orgão
  • Orquestra
    Orquestra de Cordas
    Imagem da categoria Orquestra de Cordas
    Orquestra Clássica e de Câmara
    Imagem da categoria Orquestra Clássica e de Câmara
    Orquestra Sinfónica
    Imagem da categoria Orquestra Sinfónica
    • Soprano e Piano
    • Soprano e Orquestra
    • Música de Câmara
    Coro e Orquestra
    Imagem da categoria Coro e Orquestra
    • Contralto Solo
    • Contralto e Piano
    • Contralto & Orquestra
    • Música de Câmara
    Instrumento Solista e Orquestra
    Imagem da categoria Instrumento Solista e Orquestra
    • Tenor Solo
    • Tenor & Orquestra
    • Tenor Música de Câmara
    • Tenor & Piano
    Voz(es) Solista(s) e Orquestra
    Imagem da categoria Voz(es) Solista(s) e Orquestra
  • Ópera
  • Orquestra de Sopros
  • Música Infantil
    Ópera Infantil
    Imagem da categoria Ópera Infantil
    Piano
    Imagem da categoria Piano
    Coro, Solistas com Acompanhamento
    Imagem da categoria Coro, Solistas com Acompanhamento
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    Estudos e Metodos
    Imagem da categoria Estudos e Metodos
    Conto Musical
    Imagem da categoria Conto Musical
    Bailado
    Imagem da categoria Bailado
  • Percussão
    Percussão Solo
    Imagem da categoria Percussão Solo
    Percussão & Acompanhamento
    Imagem da categoria Percussão & Acompanhamento
    Ensemble de Percussões
    Imagem da categoria Ensemble de Percussões
    Música de Câmara com Percussão
    Imagem da categoria Música de Câmara com Percussão
    Marimba Solo
    Imagem da categoria Marimba Solo
    Caixa
    Imagem da categoria Caixa
    • Música de Câmara
    Vibrafone
    Imagem da categoria Vibrafone
    • Música de Câmara
  • Piano
    Piano Solo
    Imagem da categoria Piano Solo
    Piano a Quatro Mãos
    Imagem da categoria Piano a Quatro Mãos
    Música de Câmara
    Imagem da categoria Música de Câmara
    Piano e Orquestra
    Imagem da categoria Piano e Orquestra
    Dois Pianos
    Imagem da categoria Dois Pianos
    Piano a 6 Mãos
    Imagem da categoria Piano a 6 Mãos
    Estudos e Metodos
    Imagem da categoria Estudos e Metodos
    Mão Esquerda
    Imagem da categoria Mão Esquerda
Menu
  • Home
  • Compositores
  • Agenda
  • CDs
  • Coro
    • Back
    • Coro e Orquestra
    • Coro Infantil
    • Coro Feminino
    • Coro com Acompanhamento
    • Coro a Capella
    • Coro Masculino
    • Coro, Solistas com Acompanhamento
  • Cravo
    • Back
    • Cravo Solo
    • Música de Câmara
    • Cravo e Orquestra
  • Canto
    • Back
    • Soprano
      • Back
      • Soprano Solo
    • Contralto
    • Tenor
    • Baixo
      • Back
      • Baixo Solo
      • Baixo & Piano
      • Baixo & Orquestra
      • Baixo Música de Câmara
    • Infantil
      • Back
      • Infantil Solo
      • Infantil e Piano
      • Infantil & Orquestra
      • Infantil Música de Câmara
    • Baritono
      • Back
      • Baritono Solo
      • Baritono & Orquestra
      • Baritono & Piano
      • Baritono Música de Câmara
    • Mezzo-Soprano
      • Back
      • Mezzo-Soprano e Piano
      • Mezzo-Soprano e Orquestra
      • Mezzo-Soprano Solo
      • Música de Câmara
    • Voz
      • Back
      • Voz e Piano
      • Voz e Guitarra
  • Acordeão
    • Back
    • Acordeão e Orquestra
    • Acordeão e Piano
    • Acordeão Solo
    • Música de Câmara
    • Método
  • Cordas
    • Back
    • Violino
      • Back
      • Violino Solo
      • Violino e Orquestra
      • Violino e Piano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Cordas
    • Viola
      • Back
      • Viola Solo
      • Viola e Piano
      • Viola e Orquestra
    • Violoncelo
      • Back
      • Violoncelo e Piano
      • Violoncelo Solo
      • Violoncelo e Orquestra
    • Contrabaixo
      • Back
      • Contrabaixo Solo
      • Contrabaixo e Piano
      • Contrabaixo e Orquestra
      • Música de Câmara
      • Contrabaixo solista
    • Cordas Música de Câmara
      • Back
      • Dueto de Cordas
      • Trio de Cordas
      • Quarteto de Cordas
      • Outras Formações
    • Bandolim
  • Ensemble
  • Guitarra
    • Back
    • Guitarra e Orquestra
    • Guitarra e Piano
    • Guitarra Solo
    • Música de Câmara
      • Back
      • Duo
  • Livros
    • Back
    • Formação Musical
    • Fotografia
    • Colecções
    • Cadernos
    • Revistas
  • Madeiras
    • Back
    • Flauta
      • Back
      • Flauta e Piano
      • Flauta Solo
      • Flauta e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Flautas
      • Flautim
    • Oboé
      • Back
      • Oboé e Orquestra
      • Oboé e Piano
      • Oboé Solo
      • Música de Câmara
        • Back
        • Ensemble de Palhetas Duplas
        • Outras Formações
        • Quarteto de Oboés
    • Clarinete
      • Back
      • Clarinete e Piano
      • Clarinete Solo
      • Clarinete Baixo
        • Back
        • Clarinete Baixo e Piano
        • Clarinete Baixo Solo
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Clarinetes
      • Clarinete e Orquestra
    • Fagote
      • Back
      • Fagote Solo
      • Fagote e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Ensemble de Palhetas Duplas
        • Outras Formações
        • Quarteto de Fagotes
      • Fagote e Piano
    • Saxofone
      • Back
      • Saxofone Alto
        • Back
        • Sax Alto & Orquestra
        • Sax Alto & Piano
        • Sax Alto Solo
      • Saxofone Tenor
      • Saxofone Baritono
      • Saxofone Soprano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Saxofones
    • Música de Câmara
      • Back
      • Quinteto de Sopros
      • Outras Formações
    • Flauta de Bisel
      • Back
      • Flauta de Bisel Alto
      • Flauta Bisel e Orquestra
      • Flauta Bisel e Piano
      • Música de Câmara
      • Estudos e Metodos
    • Corne Inglês
      • Back
      • Corne Inglês Solo
  • Guitarra Portuguesa
    • Back
    • Guitarra Portuguesa Solo
    • Guitarra Portuguesa e Piano
    • Música de Câmara
    • Guitarra Portuguesa e Orquestra
  • Instrumentos
    • Back
    • Tuba em Fá
  • Harpa
    • Back
    • Harpa e Orquestra
    • Harpa Solo
    • Música de Câmara
  • Metais
    • Back
    • Tuba Wagneriana
    • Trompa
      • Back
      • Trompa e Piano
      • Trompa Solo
        • Back
        • Trompa Solo e Ensemble
      • Trompa e Orquestra
      • Música de Câmara
      • Estudos e Metodos
      • Quarteto de Trompas
    • Trompete
      • Back
      • Trompete Solo
      • Trompete Piccolo
      • Trompete e Orquestra
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Trompetes
      • Trompete e Piano
    • Tuba
      • Back
      • Estudos e Metodos
      • Tuba Solo
      • Tuba e Orquestra
      • Tuba e Piano
      • Música de Câmara
      • Tuba Solo e Ensemble
    • Trombone
      • Back
      • Trombone Solo
      • Trombone e Piano
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Trombones
      • Trombone e Orquestra
    • Grupo de Metais
      • Back
      • Quinteto de Metais
      • Outras Formações
    • Orquestra de Metais
    • Euphonium
      • Back
      • Euphonium Solo
      • Euphonium e Piano
  • Música de Câmara
    • Back
    • Instrumento e Piano
    • Duo
    • Trio
    • Quarteto
    • Quinteto
    • Sexteto
    • Ensemble de Palhetas Duplas
  • Orgão
  • Orquestra
    • Back
    • Orquestra de Cordas
    • Orquestra Clássica e de Câmara
    • Orquestra Sinfónica
      • Back
      • Soprano e Piano
      • Soprano e Orquestra
      • Música de Câmara
    • Coro e Orquestra
      • Back
      • Contralto Solo
      • Contralto e Piano
      • Contralto & Orquestra
      • Música de Câmara
    • Instrumento Solista e Orquestra
      • Back
      • Tenor Solo
      • Tenor & Orquestra
      • Tenor Música de Câmara
      • Tenor & Piano
    • Voz(es) Solista(s) e Orquestra
  • Ópera
  • Orquestra de Sopros
  • Música Infantil
    • Back
    • Ópera Infantil
    • Piano
    • Coro, Solistas com Acompanhamento
    • Música de Câmara
    • Estudos e Metodos
    • Conto Musical
    • Bailado
  • Percussão
    • Back
    • Percussão Solo
    • Percussão & Acompanhamento
    • Ensemble de Percussões
    • Música de Câmara com Percussão
    • Marimba Solo
    • Caixa
      • Back
      • Música de Câmara
        • Back
        • Quarteto de Cordas
    • Vibrafone
      • Back
      • Música de Câmara
        • Back
        • Outras Formações
        • Quarteto de Cordas
  • Piano
    • Back
    • Piano Solo
    • Piano a Quatro Mãos
    • Música de Câmara
    • Piano e Orquestra
    • Dois Pianos
    • Piano a 6 Mãos
    • Estudos e Metodos
    • Mão Esquerda
(0) artigos
Não tem qualquer artigo no seu carrinho de compras.
Todas as Categorias
    Menu
    Carrinho de Compras
    Filters
    Personal menu
    Preferências
    Pesquisar
    • Home /
    • Ópera /
    • Outro Fim
    Produto AnteriorOutro Fim
    Próximo ProdutoO Doido e a Morte
    Imagem de Outro Fim
    Compositor: António Pinho Vargas (1951)

    Outro Fim

    €0,00
    €0,00 por 0 dia(s)
    *
    *
    de António Pinho Vargas (1951)
    Ref.: ava080257A
    • Descrição
    • Contacte-nos

    Orquestra de câmara


    5 cantores; fl; ob; cl; Bcl; fg/cf; 2hn; tbn; 2 perc; pf; 3 vl I;3 vl II;2 vla;2 vln;2 cb;
    Libreto: José Maria Vieira Mendes
    Duração: 1h 30'

     


    Encomenda da Culturgest
    Primeira performance: Sónia Alcobaça, Luís Rodrigues, Larissa Savchanko, Mário Alves, Madalena Boleo
    Orquestra Sinfónica Portuguesa, dir.Cesário Costa,  Lisboa, 2008

     

    A música existe no tempo e consequentemente é uma arte da memória. Desse modo qualquer peça musical propõe à audição um sistema de relações, de retorno de signos, de identificação de elementos. Prescindir desse jogo de e com a memória será uma forma de dificultar a tarefa reconstrutiva que constituiu a percepção musical e de criar obstáculos à possibilidade de um narrativa – propriamente musical – que seja inteligível.
    Escrevo “propõe à audição” para evitar a falácia poiética1 que consiste em considerar que o sistema de relações internas, desde que exista na partitura, desde que se possa aí encontrar e analisar, constitui em si a legitimação da obra enquanto estrutura interna e obra de arte. Pode-se compreender que os compositores tentem defender o seu trabalho como podem. No entanto penso, hoje com muitos outros, que não é assim. O sistema de relações que uma obra propõe só poderá funcionar na medida em que se traduzir numa percepção delas. Numa audição, a percepção é uma percepção sensível, numa análise existe um esforço da razão. Além disso, numa única audição, não há muito tempo para isso. Existe apenas o tempo que dura a peça. Na actual condição site-specific que caracteriza a produção das novas óperas portuguesas e, sem
    dúvida, de quase todas no mundo ocidental, isso é ainda mais patente. Há por isso que tirar partido da circunstância e do seu carácter irrepetível porque não há futuro.
    No caso desta ópera e de acordo com os meus procedimentos habituais na última década é com gestos musicais que tento construir sinais capazes de existirem tanto no plano da escrita como no plano da percepção. Defino gesto musical como uma entidade – que começa sempre por ser um objecto musical determinado – que, independentemente de ser constituído por uma nota, uma frase ou por um grupo de notas, cada um deles dotado de um determinado perfil (rítmico, de tempo, de densidade, de intensidade ou movimento), propicia tanto a identificaçã perceptiva como vastas possibilidades de transformação ou desenvolvimento.
    Uma transformação daquilo que não é identificável, nem como gesto, nem como figura, resulta noutra coisa igualmente não-identificável. Quer o elemento inicial quer a sua transformação se neutralizam mutuamente. Sobre estes aspectos – os elementos que permitem a identificação - Adorno escreveu no Ensaio sobre Wagner que ”ele teria escrito para pessoas que não percebem nada de música” acrescentando, a propósito das sucessivas publicações das listas dos leitmotiv das óperas de Wagner “a necessidade de comentários não era desde sempre senão a declaração do falhanço da estética wagneriana da identidade imediata”. Não posso estar mais em desacordo. No entanto a leitura daquele ensaio foi estimulante a contrario. Wagner compreendeu a necessidade de sinais, de signos de identificação para jogar com a memória do ouvinte e, ao contrário da opinião de Adorno, é justamente para quem “percebe” de música que eles existem. Ouvir música é perceber, ou seja, percepcionar, os tais sistemas de relações. A música atinge, antes de mais nada, a esfera do sensível.
    Sendo uma ópera, a música existe em função das personagens, existe com as personagens, do seu percurso na acção dramática e, neste caso em particular, com os espaços cénicos. Existe com o que dizem/cantam, com o que fazem/representam, com a sua desorientação e o que nos mostram das várias manifestações da “angústia do homem no tempo”.
    Em Julho de 2008, a meio caminho da composição da obra escrevi para o programa trimestral da Culturgest: A primeira leitura do libreto Outro Fim de José Maria Vieira Mendes mostrou-me antes de mais nada três coisas: que as palavras tinham uma plasticidade muito adequada a uma ópera, que a acção dramática se desenrolava com o ritmo de uma peça de teatro e, finalmente, que as personagens eram ricas, tinham espessura e complexidade psicológica. Que mais se pode pedir a um libreto? Pairam por cima deste texto – e desta ópera – os dramas familiares, as histórias de vida dos que, face a um quotidiano pouco exaltante, acabam por chegar às tragédias. O meu trabalho de composição segue o meu procedimento habitual, ou seja, começa pelo texto, pela interpretação das situações e pela consideração do seu potencial. Os materiais musicais que vão sendo criados deste modo são sujeitos a transformações e derivações de si próprios conforme o desenrolar da acção e a contingência do acto criativo. A divisão do palco em três lugares da acção visíveis em simultâneo, sendo um deles um café, motivou a escolha de divisões entre a localização principal dos músicos no fosso e de pequenos grupos instrumentais on stage em certos momentos.
    Não há razão para alterar seja o que for neste texto, mas poderei talvez acrescentar alguns pormenores. No desenrolar do meu trabalho na ópera verificou-se uma espécie da autocriação na qual os próprios gestos evoluíram entre a identidade, a repetição – fundamental no próprio libreto – e a diferença, aparições de alguns dos seus restos modificados em diferentes graus de acordo com a narrativa dramática. As músicas do café são talvez plausíveis, enquanto tal, no início de cada uma dessas cenas mas, de acordo com a minha compreensão do texto e do que penso ser o teatro musical e o seu movimento permanente entre um real e um interior das personagens, acabam por dar lugar a uma total inverosimilhança com o diverso desenrolar das cenas. As músicas passam do café para os lugares do pensamento ou do sentimento onde o compositor os coloca. Outro exemplo, talvez o mais legível, a música da mãe, com os seus delírios e premonições, começa de uma forma clara, estabelece-se como pilar e no decorrer da ópera vai sofrendo pequenas mas sucessivas alterações de vária ordem. Finalmente, surge na cena final Verão/Epílogo como desfiguração parcial e vaga dissolução à medida que se ilumina a hipótese de retorno e, desse modo, a hipótese da ilusão ou do fingimento literário.
    O holandês Louis Andriessen disse numa entrevista em 2005: “I try to compose good pieces”. Poderíamos pensar que este é o simples desígnio que todos os compositores estabelecem à partida. É claro que cada um compõe com as suas convicções, com os seus critérios teórico-estéticos, mas também com a sua imaginação e a sua capacidade criativa. No entanto, temos por vezes a tentação de compor peças-manifesto, peças que, talvez mais do que aspirarem a serem simplesmente boas, tentam conter em si esse carácter ou, pelo menos, são acompanhadas por literatura do autor a sublinhar tal pretensão. Esse carácter-manifesto pode revelar-se em proclamações mais ou menos estridentes de adesão a uma estética; pode revelar-se na convicção do autor de que irá, com a sua peça, mudar o mundo ou atingir um qualquer patamar metafísico, um qualquer absoluto. Caí algumas vezes nessa tentação inútil. Há uma década atrás, acerca das minhas duas primeiras óperas, apresentei argumentos para defender as minhas posições no quadro da hegemonia pós-serial e da discussão pós-moderna. Talvez isso tenha sido necessário então. Mas hoje essas questões já perderam uma grande parte do seu sentido (excepto, talvez, para umas poucas dezenas de franceses e seus discípulos). Durante a composição desta ópera, que decorreu com entusiasmo, tudo me pareceu evidente, todas as ligações entre as cenas, todas as mudanças, radicais ou não, de atmosfera musical pareceram, aos meus ouvidos, dotadas de uma espécie de necessidade, de uma lógica musical e dramática tal que nem dei por elas.
    Talvez seja o momento de aceitarmos a posição artesanal de Andriessen e de compreender a modéstia do alcance a que uma obra musical pode aspirar, pace Schopenhauer (que, aliás, viveu num mundo que já não é, de modo nenhum, o nosso). Nesse sentido espero ter composto uma boa peça – e, no meu delírio, julgo tê-lo feito – embora, na verdade, nem sequer saiba bem o que isso seja. Apesar dos inúmeros tratados filosóficos sobre o belo, o sublime – a estética em suma – o que uma obra de arte é não deixa de pertencer ao domínio dos mistérios insondáveis com os quais nos relacionamos por aproximações indecisas. Essas analíticas, concentrando-se quase sempre nas obras e menos no fazer não consideram suficientemente o impulso artesanal característico do trabalho humano. Por isso, mas também porque uma ópera é o resultado do trabalho de um conjunto de artistas, digo, parafraseando o maravilhoso Morton Feldman: “We work. Others call it art”.
    António Pinho Vargas, Novembro 2008

     

    *
    *
    *
    *

    Orquestra de câmara


    5 cantores; fl; ob; cl; Bcl; fg/cf; 2hn; tbn; 2 perc; pf; 3 vl I;3 vl II;2 vla;2 vln;2 cb;
    Libreto: José Maria Vieira Mendes
    Duração: 1h 30'

     


    Encomenda da Culturgest
    Primeira performance: Sónia Alcobaça, Luís Rodrigues, Larissa Savchanko, Mário Alves, Madalena Boleo
    Orquestra Sinfónica Portuguesa, dir.Cesário Costa,  Lisboa, 2008

     

    A música existe no tempo e consequentemente é uma arte da memória. Desse modo qualquer peça musical propõe à audição um sistema de relações, de retorno de signos, de identificação de elementos. Prescindir desse jogo de e com a memória será uma forma de dificultar a tarefa reconstrutiva que constituiu a percepção musical e de criar obstáculos à possibilidade de um narrativa – propriamente musical – que seja inteligível.
    Escrevo “propõe à audição” para evitar a falácia poiética1 que consiste em considerar que o sistema de relações internas, desde que exista na partitura, desde que se possa aí encontrar e analisar, constitui em si a legitimação da obra enquanto estrutura interna e obra de arte. Pode-se compreender que os compositores tentem defender o seu trabalho como podem. No entanto penso, hoje com muitos outros, que não é assim. O sistema de relações que uma obra propõe só poderá funcionar na medida em que se traduzir numa percepção delas. Numa audição, a percepção é uma percepção sensível, numa análise existe um esforço da razão. Além disso, numa única audição, não há muito tempo para isso. Existe apenas o tempo que dura a peça. Na actual condição site-specific que caracteriza a produção das novas óperas portuguesas e, sem
    dúvida, de quase todas no mundo ocidental, isso é ainda mais patente. Há por isso que tirar partido da circunstância e do seu carácter irrepetível porque não há futuro.
    No caso desta ópera e de acordo com os meus procedimentos habituais na última década é com gestos musicais que tento construir sinais capazes de existirem tanto no plano da escrita como no plano da percepção. Defino gesto musical como uma entidade – que começa sempre por ser um objecto musical determinado – que, independentemente de ser constituído por uma nota, uma frase ou por um grupo de notas, cada um deles dotado de um determinado perfil (rítmico, de tempo, de densidade, de intensidade ou movimento), propicia tanto a identificaçã perceptiva como vastas possibilidades de transformação ou desenvolvimento.
    Uma transformação daquilo que não é identificável, nem como gesto, nem como figura, resulta noutra coisa igualmente não-identificável. Quer o elemento inicial quer a sua transformação se neutralizam mutuamente. Sobre estes aspectos – os elementos que permitem a identificação - Adorno escreveu no Ensaio sobre Wagner que ”ele teria escrito para pessoas que não percebem nada de música” acrescentando, a propósito das sucessivas publicações das listas dos leitmotiv das óperas de Wagner “a necessidade de comentários não era desde sempre senão a declaração do falhanço da estética wagneriana da identidade imediata”. Não posso estar mais em desacordo. No entanto a leitura daquele ensaio foi estimulante a contrario. Wagner compreendeu a necessidade de sinais, de signos de identificação para jogar com a memória do ouvinte e, ao contrário da opinião de Adorno, é justamente para quem “percebe” de música que eles existem. Ouvir música é perceber, ou seja, percepcionar, os tais sistemas de relações. A música atinge, antes de mais nada, a esfera do sensível.
    Sendo uma ópera, a música existe em função das personagens, existe com as personagens, do seu percurso na acção dramática e, neste caso em particular, com os espaços cénicos. Existe com o que dizem/cantam, com o que fazem/representam, com a sua desorientação e o que nos mostram das várias manifestações da “angústia do homem no tempo”.
    Em Julho de 2008, a meio caminho da composição da obra escrevi para o programa trimestral da Culturgest: A primeira leitura do libreto Outro Fim de José Maria Vieira Mendes mostrou-me antes de mais nada três coisas: que as palavras tinham uma plasticidade muito adequada a uma ópera, que a acção dramática se desenrolava com o ritmo de uma peça de teatro e, finalmente, que as personagens eram ricas, tinham espessura e complexidade psicológica. Que mais se pode pedir a um libreto? Pairam por cima deste texto – e desta ópera – os dramas familiares, as histórias de vida dos que, face a um quotidiano pouco exaltante, acabam por chegar às tragédias. O meu trabalho de composição segue o meu procedimento habitual, ou seja, começa pelo texto, pela interpretação das situações e pela consideração do seu potencial. Os materiais musicais que vão sendo criados deste modo são sujeitos a transformações e derivações de si próprios conforme o desenrolar da acção e a contingência do acto criativo. A divisão do palco em três lugares da acção visíveis em simultâneo, sendo um deles um café, motivou a escolha de divisões entre a localização principal dos músicos no fosso e de pequenos grupos instrumentais on stage em certos momentos.
    Não há razão para alterar seja o que for neste texto, mas poderei talvez acrescentar alguns pormenores. No desenrolar do meu trabalho na ópera verificou-se uma espécie da autocriação na qual os próprios gestos evoluíram entre a identidade, a repetição – fundamental no próprio libreto – e a diferença, aparições de alguns dos seus restos modificados em diferentes graus de acordo com a narrativa dramática. As músicas do café são talvez plausíveis, enquanto tal, no início de cada uma dessas cenas mas, de acordo com a minha compreensão do texto e do que penso ser o teatro musical e o seu movimento permanente entre um real e um interior das personagens, acabam por dar lugar a uma total inverosimilhança com o diverso desenrolar das cenas. As músicas passam do café para os lugares do pensamento ou do sentimento onde o compositor os coloca. Outro exemplo, talvez o mais legível, a música da mãe, com os seus delírios e premonições, começa de uma forma clara, estabelece-se como pilar e no decorrer da ópera vai sofrendo pequenas mas sucessivas alterações de vária ordem. Finalmente, surge na cena final Verão/Epílogo como desfiguração parcial e vaga dissolução à medida que se ilumina a hipótese de retorno e, desse modo, a hipótese da ilusão ou do fingimento literário.
    O holandês Louis Andriessen disse numa entrevista em 2005: “I try to compose good pieces”. Poderíamos pensar que este é o simples desígnio que todos os compositores estabelecem à partida. É claro que cada um compõe com as suas convicções, com os seus critérios teórico-estéticos, mas também com a sua imaginação e a sua capacidade criativa. No entanto, temos por vezes a tentação de compor peças-manifesto, peças que, talvez mais do que aspirarem a serem simplesmente boas, tentam conter em si esse carácter ou, pelo menos, são acompanhadas por literatura do autor a sublinhar tal pretensão. Esse carácter-manifesto pode revelar-se em proclamações mais ou menos estridentes de adesão a uma estética; pode revelar-se na convicção do autor de que irá, com a sua peça, mudar o mundo ou atingir um qualquer patamar metafísico, um qualquer absoluto. Caí algumas vezes nessa tentação inútil. Há uma década atrás, acerca das minhas duas primeiras óperas, apresentei argumentos para defender as minhas posições no quadro da hegemonia pós-serial e da discussão pós-moderna. Talvez isso tenha sido necessário então. Mas hoje essas questões já perderam uma grande parte do seu sentido (excepto, talvez, para umas poucas dezenas de franceses e seus discípulos). Durante a composição desta ópera, que decorreu com entusiasmo, tudo me pareceu evidente, todas as ligações entre as cenas, todas as mudanças, radicais ou não, de atmosfera musical pareceram, aos meus ouvidos, dotadas de uma espécie de necessidade, de uma lógica musical e dramática tal que nem dei por elas.
    Talvez seja o momento de aceitarmos a posição artesanal de Andriessen e de compreender a modéstia do alcance a que uma obra musical pode aspirar, pace Schopenhauer (que, aliás, viveu num mundo que já não é, de modo nenhum, o nosso). Nesse sentido espero ter composto uma boa peça – e, no meu delírio, julgo tê-lo feito – embora, na verdade, nem sequer saiba bem o que isso seja. Apesar dos inúmeros tratados filosóficos sobre o belo, o sublime – a estética em suma – o que uma obra de arte é não deixa de pertencer ao domínio dos mistérios insondáveis com os quais nos relacionamos por aproximações indecisas. Essas analíticas, concentrando-se quase sempre nas obras e menos no fazer não consideram suficientemente o impulso artesanal característico do trabalho humano. Por isso, mas também porque uma ópera é o resultado do trabalho de um conjunto de artistas, digo, parafraseando o maravilhoso Morton Feldman: “We work. Others call it art”.
    António Pinho Vargas, Novembro 2008

     

    Informação
    • Sobre a AVA Editions
    • Termos e Condições
    • Contactos
    • Politica de Privacidade
    • Entregas
    Apoio ao Cliente
    • Music Dealers
    • Catálogo
    A minha Conta
    • A minha conta
    • Endereços
    • Encomendas
    • Carrinho de Compras
    • Comparativo de Produtos
    • Pedir conta de Parceiro
    Contacte-nos
    • Rua Nova do Loureiro nº14/16 - 1200-295 Lisboa
    • info@editions-ava.com
    • +351 213 430 337 / +351 929 444 845
    Copyright © 2023 AVA Editions. Todos os direitos reservados.
    Powered by nopCommerce
    Designed by Nop-Templates.com